terça-feira, 26 de março de 2013

CANTEIRO BIOSEPTICO uma solução para o esgoto em todas cidades e casas

http://www.youtube.com/watch?v=nhz0qzDVLkc




Saneamento básico: Canteiro Bio-Séptico



Recentemente, em entrevista para a revista Aqua Vitae, numa edição especial sobre saneamento, Ger Bergkamp, atual diretor geral do Conselho Mundial da água, afirmou:

“Um dos desafios comuns para os países da América Latina é garantir os serviços básicos de saneamento para as mais de 500 milhões de pessoas que vivem na região. Embora temas ligados às soluções higiênicas também sejam muito importante a nível local, é preciso também um enfoque no que acontece mais em baixo e se perguntar quais os sistemas de grande escala que temos de pôr em prática para que o tratamento de 100 milhões de toneladas de resíduos seja feito de maneira ambientalmente correta? …Este seria um grupo (para o V Fórum Mundial da Água) capaz de desenvolver novos enfoques sobre a busca de soluções para as urgências do setor de saneamento, entre outras coisas, será discutida a maneira de ir mais além do conceito das águas residuais como apenas resíduos, para se examinar uma forma de transformar os dejetos em recursos. A carteira de soluções promovidas pelo grupo da América Latina pode proporcionar oportunidades reais capazes de superar os problemas neste setor.”

Não há problemas e sim, oportunidade!
O uso dos dejetos como recurso de maneira ambientalmente correta é exatamente a maneira encontrada pelo Ecocentro IPEC, há 10 anos, para lidar com a questão do saneamento. As tecnologias sociais aqui desenvolvidas, testadas e aprovadas são capazes de resolver com eficiência, sustentabilidade e baixo custo, a falta de acesso ao saneamento básico que atinge 67,5% da população brasileira.

“Temos tecnologias que podem resolver o problema do saneamento do Brasil inteiro. É apenas uma questão de vontade política. Dizem que obras de saneamento não dão voto porque são invisíveis. As nossas soluções estão acima da terra e, portanto, visíveis, são baratas, simples e não poluem”, afirma André Soares, diretor do Ecocentro IPEC.
Canteiro Bio-séptico


Conhecida popularmente por “fossa de bananeiras”, é uma técnica de tratamento de efluentes domésticos desenvolvida pelo Ecocentro IPEC para solucionar o problema da poluição existente em zonas urbanas e periféricas com os efluentes dos sanitários convencionais jogados em ‘sumidouros’. Vale lembrar que, em comunidades com mais de 500 habitantes/km2, a biologia do solo não consegue realizar a eliminação completa de patógenos e, particularmente onde o lençol freático está próximo da superfície, o problema pode chegar a sérios riscos para a saúde pública. Por isso, o canteiro bio-séptico é uma opção segura, barata, bonita e sustentável ao saneamento básico.



Como funciona o canteiro bio-séptico?


Ele é facilmente construído com materiais prontamente disponíveis no mercado e de baixo custo. Uma escavação de 1mX1mX4m é feita em nível no terreno e esta vala é repetida paralelamente. Dentro da vala é construída uma câmara para receber os efluentes e a construção é feita de com tijolos de 6 furos, tijolos maciços e meias-manilhas de concreto, de forma a receber os efluentes para um tratamento biológico híbrido.

O tratamento híbrido – O efluente é digerido anaerobicamente pelos micro-organismos presentes. A medida em que o nível aumenta, o líquido alcança os furos dos tijolos e sai para uma segunda câmara preenchida com material poroso, como argila expandida, e propicia a digestão aeróbica da matéria orgânica e minerais. Nos quinze centímetros superiores da vala são plantadas bananeiras e outras plantas hidrófilas que fazem a evaporação do líquido remanescente.

Esse sistema já foi instalado em uma variedade de situações, desde residências convencionais até restaurantes e feiras, e os resultados são surpreendentemente positivos: não há efluentes e as plantas produzem alimento de ótima qualidade.

Aguarde, nos próximos dias a segunda parte deste artigo.


Bacia de Evapotranspiração – “Fossa de Bananeira”

NOVAS TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

Neste post, seguem imagens de uma construção de Bacia de Evapotranspiração – “Fossa de Bananeira”, que é uma outra proposta de banheiro que não elimina as fezes e urina em esgotos públicos e nem utiliza sistema de fossa convencional.

Bacia ou Tanque de Evapotranspiração (TEvap)
Sistema de tratamento da água preta (águas usadas em sanitários para descarga)
Esse sistema, na permacultura, é conhecido como “Bacia de Evapotranspiração”. É um sistema fechado, não há saída de água dele, seja para para filtros ou sumidouros. A água só sai em forma de vapor ou suor, ou melhor, por evaporação ou transpiração das plantas que ficam em cima da bacia. Não há efluentes. E desse jeito, não hó como poluir o solo ou correr riscos de algum patógeno humano, como o vírus da hepatite, sair do sistema. E o seus dimensionamento é feito da seguinte maneira: altura=1m, largura=2m, comprimento=numero de pessoas usualmente na casa. Portanto, numa casa que moram 5 pessoas, as dimensões do tanque são AxLxC 1x2x5 metros.

aneamento Ecológico

fossas ecologicas
Com a força desta água nova
O peixe e o sapo na desova
O camaleão que se renova
No verde-cana que cor
(Festa da Natureza - Patativa do Assaré)

Saneamento e saúde
O saneamento e a saúde humana, desde tempos remotos, possuem estreita relação. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a evolução das diversas civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora renascendo com o aparecimento de outras.
Atualmente, cerca de 84,4% da população brasileira é atendida com água encanada e 59,1% com redes coletoras de esgotos*. O déficit existente está concentrado basicamente nas periferias e zonas rurais pobres.
Verifica-se um claro exemplo de injustiça ambiental, pois os impactos da falta de estrutura sanitária recaem de maneira desproporcional sobre populações mais vulneráveis. É de amplo conhecimento que no Brasil as doenças resultantes da falta ou da inadequação de saneamento, especialmente em áreas pobres, têm agravado o quadro epidemiológico. Males como a cólera, dengue, esquistossomose e leptospirose são exemplos disso.
Investir em saneamento é a única forma de se reverter o quadro existente. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que cada R$ 1,00 (um real) investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) na área da medicina curativa.
Além disso, a falta de esgotamento sanitário adequado prejudica o meio ambiente, contaminando solos, rios, lagos e lagoas. A descarga de esgotos tratados de modo convencional em lagos, reservatórios e estuários acelera o processo de eutrofização. A deterioração da qualidade da água, assim resultante, interfere no reuso indireto para abastecimento público e atividades recreativas. Os prejuízos causados ao corpo receptor e, em consequências à população podem ser reduzidos com a implantação de sistemas eficientes de tratamento de água e de esgoto.
Saneamento no Território Tapeba
Nas oficinas de diagnóstico socioambiental participativo, realizadas junto às comunidades Tapeba, foi identificada a insuficiência e a ausência de cobertura das instalações sanitárias da FUNASA. O sistema de esgotamento sanitário ainda é precário no território indígena Tapeba, pois não existe uma rede coletora de esgoto para posterior tratamento dos efluentes. As águas servidas ou esgotos das casas são lançados em fossas sépticas individuais.
Largamente utilizadas na maioria das residências as fossas sépticas apenas removem os sólidos, sem eliminar a contaminação da água por patógenos humanos. Além disso, elas precisam ser esvaziadas regularmente e quando isso não ocorre a qualidade das águas subterrâneas fica comprometida, pois esse tipo de fossa não evita o escoamento do esgoto para o subsolo, ocasionando a contaminação do solo e das águas.
Exemplo de canteiro bio-séptico
Exemplo de canteiro bio-séptico
Fossas verdes ou canteiros bio-séptico
Para diminuir a contaminação do solo e da água no território Tapeba, o Projeto Tribo das Águas está construindo 350 fossas verdes ou canteiros bio-sépticos para o tratamento ecológico dos efluentes. A adoção da tecnologia das fossas verdes como alternativa de saneamento é adequada às características das comunidades indígenas. O diferencial dessa tecnologia é que, no tratamento para reuso da água e do material orgânico, nenhum químico é utilizado. Além disso, há uma impermeabilização com alvenaria e tijolo de massa (nas laterais). A construção é feita em forma de pirâmide. Nas partes vazadas, coloca-se entulho, substrato de coco e, por cima, a bananeira, cuja raiz passa pelo substrato, pelo material poroso e, por isso, entra em contato com a água já separada dos dejetos.
Na fossa verde toda a matéria orgânica é digerida por plantas filtradoras, em conjunto com microrganismos anaeróbios, que ao absorverem a matéria orgânica proveniente das fezes filtram a água e a devolvem ao solo já limpa, ao contrário das fossas sépticas que apenas decompõem os sólidos, mas não livram a água da contaminação por bactérias, staphillococcos, etc.
Esse sistema traz enormes benefícios para o meio ambiente, pois permite o tratamento dos efluentes e o aproveitamento da biomassa por parte das plantas, além de diminui a contaminação do lençol freático, das águas superficiais e do solo.
Vantagens das fossas verdes
- É uma tecnologia de fácil construção e baixo custo, sendo facilmente assimilada pela população local;
- Não necessita de mão de obra especializada;
- Possui um tempo de construção rápido, levando em média de 1 a 2  dias para ser construída; 
- Tecnologia barata sem necessidade de adicionar produtos químicos;
- O sistema não entope e com isso a fossa não precisa ser esvaziada;
- O sistema elimina vários tipos de patógenos;
- Ocorre o aproveitamento da biomassa pelas raízes das plantas;
- Evita a contaminação do solo e do lençol freático;
- Elimina de pontos de poluição.
*Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em setembro de 2010 pelo IBGE

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