quinta-feira, 31 de maio de 2012

PIADA INTELIGENTE.

PIADA INTELIGENTE.
Um engenheiro caminhava por uma estrada, quando percebe um balão voando baixo.
O balonista lhe acena desesperadamente, consegue fazer o balão baixar ao máximo possível e grita:


- Pode me ajudar? Prometi a um amigo que me encontraria com ele às 2 horas da tarde, mas já são quatro horas e nem sei onde estou. Poderia me dizer onde me encontro?

O homem da estrada responde: - Sim! Você se encontra flutuando a uns cinco metros acima da estrada,   e está a 33 graus de latitude sul e 51 graus de longitude oeste.

O balonista escuta e pergunta, com sorriso irônico: - Você é engenheiro?

- Sim, senhor! Como descobriu?

- Simples! O que você me disse está tecnicamente correto, porém sua informação não me é útil e continuo perdido! Será que consegue uma resposta  mais satisfatória?

O engenheiro raciocina por segundos e depois afirma ao balonista:
- E você é petista!

- Sim, sou filiado ao PT! Como descobriu?

- Fácil!
Veja só; você subiu, sem ter a mínima noção de orientação!
Não sabe o que fazer, onde está e tampouco para onde ir!
Fez promessa e não tem  a menor idéia de como conseguirá cumpri-la!
Espera que outra pessoa resolva o seu problema, continua perdido e acha que a culpa do seu problema passou a  ser minha!

É petista nato !!!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Redução de crimes marca combate ao crack nos EUA

Redução de crimes marca combate ao crack nos EUA

Atualizado em 16 de janeiro, 2012 - 07:11 (Brasília) 09:11 GMT
Homem fumando crack em Los Angeles em 2006 (Getty Images)
EUA conseguiram reduzir criminalidade ligada a crack, mas número de usuários ainda é alto
Em janeiro de 1990, uma operação conduzida pela polícia de Washington e pelo FBI (a polícia federal dos Estados Unidos) resultou na prisão do então prefeito da capital americana, Marion Barry, por consumo e porte de crack. O escândalo, amplamente noticiado, mostrava que a chamada "epidemia de crack" que assolava o país não poupava nem mesmo as altas esferas do poder.
Hoje, 20 anos depois, os Estados Unidos conseguiram reverter os índices de criminalidade relacionada à droga, e sua experiência pode servir de exemplo para países que enfrentam o mesmo problema, como o Brasil.
"Até certo ponto, a abordagem policial usada em São Paulo é similar ao que foi feito nos Estados Unidos", disse à BBC Brasil o pesquisador Russel Falck, diretor associado do Centro de Intervenção, Tratamento e Pesquisa em Dependência da Wright State University, em Ohio.
Desde o início deste ano, foi lançada em São Paulo uma operação policial para dispersar os usuários e traficantes da chamada "cracolândia", no centro da cidade.
"Não há dúvida de que reduzir a oferta de crack nas ruas é uma parte importante da equação para solucionar o problema", afirma Falck.
No entanto, apesar do sucesso na queda dos índices de criminalidade, o pesquisador afirma que a epidemia americana não acabou, já que o consumo de crack permanece alto no país.
"Nós ainda temos um problema aqui. Acho que uma mensagem importante é que não é possível solucionar o problema só com prisões. Colocar pessoas na cadeia sai extremamente caro. As autoridades deveriam considerar redirecionar parte desse dinheiro para tratamento e prevenção", diz.

Medidas

O reforço do policiamento nas ruas, as prisões em massa e o endurecimento das leis contra o tráfico (com penas muito mais duras do que para outras drogas) são apenas algumas das medidas adotadas nos Estados Unidos para reverter a explosão de violência que marcou a epidemia de crack, período que vai de 1984 até o início da década de 90.
A taxa de homicídios no país, de quase 10% para cada 100 mil pessoas em 1990, foi reduzida pela metade.
Em Washington, o número de assassinatos caiu de 482 há 20 anos para 131 em 2010. Em Nova York, a queda foi de 2.245 homicídios em 1990 para pouco mais de 500 em 2010.
No entanto, a queda nos índices não pode ser creditada apenas à ação policial e às leis mais rígidas, e diversas outras teorias tentam explicar como os Estados Unidos conseguiram combater o problema, que atormentava não apenas as principais grandes cidades do país, como Nova York, Los Angeles ou Miami, mas também pequenas comunidades rurais no interior.
"Minha pesquisa sugere que não foi necessariamente uma intervenção do governo que solucionou o problema, mas sim a evolução de forças sociais e de mercado", disse à BBC Brasil o economista Paul Heaton, analista da Rand Corporation e autor de estudos sobre o impacto da epidemia de crack nos Estados Unidos.
Segundo o economista, uma das explicações para a queda na violência é a acomodação natural do mercado do crack, passada a novidade dos anos iniciais.
"Uma das maneiras de pensar sobre o crack é como qualquer novo produto que chega ao mercado. Inicialmente, há várias companhias (ou, no caso, gangues rivais) competindo entre si. Mas com o tempo algumas poucas acabam ganhando o controle do mercado", afirma.
Há ainda outras teorias que relacionam a queda na violência ao envelhecimento da população, mudanças demográficas ou até mesmo à legalização do aborto.

Usuários

"Ação policial e tratamento fazem parte da equação, mas sozinhos não são a solução para o problema."
Russell Falck, Wright State University, Ohio
Mas apesar do sucesso na redução dos crimes relacionados ao crack e de o consumo ter caído em relação ao pico da epidemia, os Estados Unidos ainda têm mais de 9 milhões de usuários (segundo os dados mais recentes, de 2010), e o fracasso na erradicação do uso da droga também pode servir de exemplo ao Brasil, dizem os especialistas.
"Apenas tentar desarticular o mercado de drogas, sem implementar outros programas para ajudar as pessoas que querem tratamento, não tem tantas chances de funcionar quanto uma abordagem multifacetada que envolva não apenas ação policial, mas também o fornecimento de serviços (aos usuários)", diz Heaton.
Segundo Falck, falta nos Estados Unidos um esforço para prevenir o uso de crack, como houve em campanhas bem-sucedidas em relação ao fumo e ao álcool, ou mesmo a outras drogas ilícitas, como a maconha.
"Nunca houve nada parecido em relação ao crack. As campanhas educacionais com maior sucesso provavelmente ocorreram de forma espontânea nas comunidades em que as pessoas viram seus amigos e familiares serem devastados pela droga. Isso serviu como um exemplo e uma razão para não se envolverem com crack", diz o pesquisador da Wright State University.
Falck observa ainda que oferecer tratamento é uma questão "extremamente problemática", já que há apenas terapias sociais e psicológicas disponíveis e que estudos indicam que a maioria das pessoas que usaram crack "além do estágio experimental" continuam a usar a droga por longos períodos, mesmo se forem tratadas.
"Ação policial e tratamento fazem parte da equação, mas sozinhos não são a solução para o problema", diz Falck.

O poder do crack

Entre as drogas que circulam em grande quantidade no país, ele é o mais destrutivo. Especialistas alertam que um em cada três usuários morre em média após cinco anos de uso contínio do crack. Confira a seguir seu efeito sobre o organismo e uma comparação com as demais drogas


No início de janeiro, o Brasil constatou de que o problema dos viciados em crack é muito maior do que se imaginava. Isso porque uma operação realizada pela Polícia Militar no centro de São Paulo (SP) para dispersar os viciados em crack na “Cracolândia”, uma área onde usuários e traficantes se reuniam há quase 20 anos para se protegerem da polícia e adquirirem a droga mais facilmente.
 crack efeitos da drogaDesde então, a ocupação dos policiais na Cracolândia expôs de que o crack é uma das drogas mais devastadoras do que se tem notícia. Isso porque em muito pouco tempo (de três a seis meses), o usuário torna-se viciado em crack, droga estimulante produzida a partir de substâncias da folha de coca, sendo uma delas a cocaína, substância responsável pela euforia. Ou seja, o crack é a cocaína que pode ser fumada.
Como a droga é fumada, as substâncias atingem o cérebro com maior rapidez, onde o usuário sente inicialmente sensações de euforia, bem-estar, auto-confiança, falta de apetite, delírios e alucinações, aumento da libido, aumento da concentração, e estado de vigília.
Passados cerca de dez minutos do consumo da droga, ocorre uma queda na produção dos neurotransmissores, responsáveis pelas sensações acima, e com isso, surge a chamada “fissura”, que é o desejo de consumir outra pedra de crack, além do usuário sentir agressividade, irritabilidade, sentimentos depressivos e fadiga.
O que impressiona são os efeitos devastadores dos efeito do crack a curto prazo entre os usuários. Nas imagens divulgadas durante a operação policial na cracolândia, surgia uma multidão de pessoas muito magras, de pele manchada e cabelos maltratados. Como o crack atua em uma parte do cérebro responsável pela fome, enquanto está sob o seu efeito, o usuário pode ficar sem comer durante dias, ocorrendo a desnutrição.
Com o corpo mais debilitado pela falta de nutrientes, o usuário fica mais propenso a diversas doenças, decorrentes do uso frequente do crack, como: bronquite; gastrite; hemorragia pulmonar; hipertensão arterial, psicoses; transtornos psiquiátricos; mau humor; dores no corpo e articulações; delírios e alucinações; insuficiência renal, entre outros.
Quase todos os dependentes químicos em crack acabam por desenvolver problemas psiquiátricos, como ansiedade e depressão, além de comprometerem seu sistema respiratório e cardiovascular. Além disso, um terço dos viciados morre em um período de cinco anos.
O crack surgiu em meados da década de 80, nas ilhas Bahamas, um dos principais armazéns especiais de depósito de cocaína pelos traficantes, já que é o ponto de partida para ser vendida nos Estados Unidos.
Pelo seu baixo preço (cerca de R$ 5,00 a pedra), o crack se alastrou nas periferias das grandes cidades, primeiro nas cidades de Los Angeles, Houston e San Diego, nos Estados Unidos, e logo para as demais metrópoles. São Paulo (SP), por exemplo, entrou na rota do crack em meados dos anos 90, e a região da cracolândia, no centro da capital paulista, tornou-se o destino principal de usuários e traficantes da droga.
Porém, uma pesquisa feita em 2011 e que divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios nesta semana na revista Veja, expõe de que o vício do crack já não é mais um problema das grandes cidades, pois em 4.430 das 5.565 cidades brasileiras, foi constatado de que o crack é consumido em nada mais do que em 91% delas, até mesmo em cidades no interior do Mato Grosso do Sul e do Amazonas.
Por Selma Isis


FANTASTICO crack eficiencia no combate

 http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1679015-15605,00-BRASIL+E+EUA+TROCAM+PUNICAO+POR+TRATAMENTO+A+USUARIOS+DE+CRACK.html
 
A luta do Brasil contra o crack: o Fantástico mostra histórias de esperança, projetos que estão ajudando os usuários dessa droga terrível a retomar a vida. Um dos modelos que inspirou algumas iniciativas brasileiras veio da justiça americana. Lá, oito em cada dez dependentes que participam de um programa de reabilitação conseguem se livrar das drogas.

Miami, 23h. Quando a busca é por usuários de drogas, o endereço é certo. Uma das chamadas “crack-house” em Miami é uma das poucas que ainda existem. São casas, lugares abandonados onde as pessoas se reúnem para usar drogas. Lá, o policial verifica se há alguém no local.

“Se você comparar com alguns atrás agora está mais fácil. Não há muitos usuários de drogas nas ruas. Menos do que antes, com certeza”, conta o policial.

Miami, nos anos 1980 e 1990, era maconha e cocaína. Crack e heroína. Eram drogas que poluíam as ruas, destruíam as mentes e desafiavam a polícia.

Entre as estratégias para combater o problema estavam as prisões e a destruição das “crack-houses”, território dos usuários de drogas. Mas nada disso era suficiente. Repressão não era a saída.

Um dos métodos mais eficientes de combate às drogas no mundo nasceu em uma sala do Tribunal de Drogas de Miami. Desde que esse tribunal foi criado, em 1989, o número de crimes caiu 33%. Oito em cada dez dependentes que chegam ao tribunal conseguem abandonar as drogas.

Funciona assim: o usuário é flagrado com uma pequena quantidade de entorpecentes. Vai preso, porque em Miami isso é crime. Passa uma noite na cadeia e segue para o tribunal. Se não tem nenhum histórico criminal a juíza pergunta: “Você quer participar do programa?”.

Dura um ano. Exigência número 1: fazer exame de urina a cada sete dias. Número 2: ir duas vezes por semana a um psicólogo. A terceira exigência a equipe de reportagem do Fantástico acompanhou.

Às 21h, em Miami, em uma casa, assim como em muitos outros locais da cidade, há um encontro de narcóticos anônimos. São usuários de drogas que se reúnem para trocar experiências. Mas mais do que isso: cumprir uma determinação da Justiça.

Eles não mostram o rosto, mas é possível identificá-los pela voz. São brasileiros. “Estamos nas garras de uma doença progressiva que termina sempre da mesma maneira: prisões, instituições e morte”, diz um usuário.

Eles se juntam duas vezes por semana. Um ajuda o outro a controlar a dependência e ainda contam ponto perante a Justiça. Aí se entra na quarta exigência do programa do Tribunal de Drogas de Miami: a prestação de contas. Uma vez por mês todos fazem fila para se apresentar à juíza.

O porto-riquenho Martin Cavallero apresenta os comprovantes de que cumpriu todos os requisitos. Diz onde está morando e trabalhando e recebe os parabéns. Se não tiver uma recaída, daqui a um mês completará o programa. “O mais importante para mim é ter o nome limpo”, diz Martin.

Quem cumpre o programa não se afasta apenas das drogas. Fica sem histórico criminal e apaga esse passado de entorpecentes.

Quem comanda esse tribunal, todo decorado com avisos sobre o perigo das drogas, é Deborah White-Labora. “Tudo o que existe no programa está disponível na sociedade. Mas quando uma pessoa vem aqui, ela se sente motivada e percebe que está sendo monitorada”, diz a juíza.

A dependência quase arruinou a vida do advogado Richard Baron. Graças ao programa, conseguiu reconquistar tudo o que tinha: a mulher, os filhos e o trabalho. “No colégio, comecei a beber e fumar maconha. Alguém disse: ‘Experimente isso’. Era crack e cocaína. Por três anos e meio eu usei essas drogas”, conta.

Hoje, Richard Baron ajuda financeiramente o Tribunal de Drogas de Miami. Paga quatro advogados, que ajudam na defesa dos dependentes. Assim, o programa acaba se tornando mais eficiente do que manter qualquer pessoa na cadeia.

A cada US$ 1,00 gasto no tratamento, cerca de R% 1,70, o governo economiza mais de US$ 3 em gastos com prisões.

David Kahn é um ex-promotor de Justiça que trabalhou durante seis anos no Tribunal de Drogas. E hoje ele mostra como ficou uma área que, há duas décadas, era devastada pelo crack e pela cocaína. “A situação aqui explodiu, assim como no seu país. A mesma coisa”, afirma o ex-promotor David Khan.

David Khan já esteve no Brasil várias vezes para tentar implantar o programa que hoje existe em 2,5 mil cidades no mundo. Khan visitou a Cracolândia paulista e vê uma diferença simples entre o que foi feito nos Estados Unidos e o que é feito no Brasil. “Nós não nos limitamos a tirar essas pessoas daqui. Nós damos a elas uma chance de vida saudável, longe das drogas”, compara o ex-promotor David Khan.

 Projeto em São Paulo troca punição por tratamento

Será que um sistema igual ao americano funcionaria bem no Brasil? O Fantástico mostra como a Justiça brasileira está mudando a maneira de lidar com o usuário de drogas. Um homem tinha uma ordem de não chegar a menos de cem metros da filha por causa da dependência.

“Quando eles me pegaram, fazia mais de 30 dias que eu não escovava os dentes”, revela o homem.

Ele foi parar no Fórum de Santana, em São Paulo, onde funciona um projeto chamado “Justiça Terapêutica”, que dá uma chance para quem é flagrado com drogas. Se ficar claro que a pessoa estava com entorpecentes somente para consumo, ela tem a chance de trocar a punição pelo tratamento.

“Tanto a Corte americana quanto a Justiça Terapêutica brasileira trabalham no sentido de evitar que aquele que foi preso e teve problemas com drogas receba atenção na área terapêutica para evitar a repetição do uso da droga e novos crimes”, afirma Mário Sérgio Sobrinho, do Fórum de Santana.

Desde que o programa paulista começou, há dez anos, quase mil pessoas já participaram. O homem que não podia chegar perto da filha é um deles. Para ficar com a ficha limpa, ele é obrigado a frequentar o programa “Narcóticos Anônimos” e precisa comprovar a frequência. A cada sessão, recebe um carimbo na ficha. Desde que começou a participar das reuniões, largou as drogas e conseguiu ter a família de volta.

“Estou vivo, ando de cabeça erguida, consigo olhar as pessoas nos olhos. Consigo ficar com a minha filha, dar um bom exemplo para ela”, diz o homem. “Se a Justiça Terapêutica não tivesse dado essa chance, hoje você estaria onde?”, indaga o repórter. “Preso ou morto”, responde o homem.

A experiência da Justiça pernambucana é ainda mais radical. O foco são os bandidos que cometem outros crimes por causa do uso de tóxicos. Troca a prisão pelo compromisso de ficar longe das drogas.

“Ele deve ser tratado. Tratar significa para a Justiça deixar de usar droga. Não é reduzir, mas deixar plenamente. Se ele consegue isso durante dois anos, ao final do período ele está reabilitado do uso da droga e, ao mesmo tempo, o processo dele é extinto. Ele não deve mais nada à Justiça”, explica José Marques Costa Filho, psiquiatra responsável pelo Centro de Justiça Terapêutica de Pernambuco.

“O país tem cinco regiões diferentes, com culturas diferentes. Quando tem uma posição desse tipo, com um juiz tentando fazer um trabalho, mesmo que a recuperação seja pequena, eu acho que vale a pena investir”, avalia o psiquiatra Artur Guerra.

Essas são alternativas para quem tem contas a acertar com a Justiça. Mas o que fazer se você tem um parente dependente das drogas? A quem recorrer?

“Primeiro lugar, buscar o centro de atenção psicossocial do seu município ou do seu estado, e estou dando como alternativa procurar o 136 do Ministério da Saúde, número que pode ajudar a identificar no seu município, no seu estado, e o ministério vai ajudar nisso: a buscar uma unidade de saúde que pode acolhê-lo”, afirma o ministro Alexandre Padilha.

No fim de 2011, o governo federal lançou um plano nacional para enfrentar o problema. Liberou R$ 2 bilhões para que os municípios invistam em diferentes tipos de tratamentos. O ministro da Saúde admite que o Sistema Único de Saúde (SUS) não está pronto para lidar com o crack.

“Nós temos que ter tratamento para esse caso como uma epidemia, e toda epidemia que desafia o serviço de saúde, exige que ele se reorganize”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Dez cidades foram consideradas prioritárias. Nelas, os agentes de saúde vão a campo buscar quem precisa de ajuda. Na noite de sexta-feira (9), a equipe de reportagem do Fantástico acompanhou o trabalho da equipe do projeto Consultório de Rua, no Centro de São Bernardo. A intenção é oferecer ajuda e tratamento aos usuários de crack e cocaína para que eles abandonem as drogas. É um trabalho difícil e de muita conversa.

Um usuário conta que tem 22 anos, dois filhos pequenos e está sem aparecer em casa há três dias. Ele diz que aceita ser atendido em um CAPS, um centro de atendimento sem internação. “Eu tenho capacidade de consertar minha vida de novo e eu vou consertar”, promete.

Mas para pacientes que precisam ser internados, que estão pondo em risco a própria vida ou a de outras pessoas, a solução pode ser a casa de acolhimento. Um lugar onde se reconstrói a vida.

Adriana usou crack por 20 anos e sumiu no mundo. Depois de passar por cinco clínicas diferentes, conseguiu sair do buraco fazendo os outros rir. Na terapia, ela foi convidada a fazer parte de um grupo de palhaços. A brincadeira trouxe de volta algo muito sério.

“O juiz, inclusive, ia fazer atestado de óbito provisório para minha família. E aí dei uma entrevista do grupo de palhaços e minha família me viu na televisão e me achou”, conta Adriana.

Onde não há os serviços públicos, há cidades investindo em soluções que só eram acessíveis para quem podia pagar. “Você se prostitui, você rouba, trafica. Eu abandonei meus filhos. Cuidei dele por menos de 2 anos, praticamente ficou sem a mãe”, lembra.

A família de Bruna pagou o tratamento em uma clínica por três meses. Quando não teve mais condições, recebeu um cartão de assistência do governo de Minas Gerais. São R$ 900 por mês. “Foi uma benção”, se emociona.

Bruna ainda sente medo da rua, mas já consegue sair e passar o fim de semana em casa. A família tem um papel fundamental na recuperação do usuário de drogas.

“Eu vou procurar fazer meu papel de mãe melhor. Talvez eu tenha falhado em alguma coisa, talvez tenha faltado diálogo, um puxão de orelha. Eu não vou perdê-la pela segunda vez. Eu perdi e recuperei, agora não perco mais”, afirma a mãe de Bruna.