segunda-feira, 28 de maio de 2012

O poder do crack

Entre as drogas que circulam em grande quantidade no país, ele é o mais destrutivo. Especialistas alertam que um em cada três usuários morre em média após cinco anos de uso contínio do crack. Confira a seguir seu efeito sobre o organismo e uma comparação com as demais drogas


No início de janeiro, o Brasil constatou de que o problema dos viciados em crack é muito maior do que se imaginava. Isso porque uma operação realizada pela Polícia Militar no centro de São Paulo (SP) para dispersar os viciados em crack na “Cracolândia”, uma área onde usuários e traficantes se reuniam há quase 20 anos para se protegerem da polícia e adquirirem a droga mais facilmente.
 crack efeitos da drogaDesde então, a ocupação dos policiais na Cracolândia expôs de que o crack é uma das drogas mais devastadoras do que se tem notícia. Isso porque em muito pouco tempo (de três a seis meses), o usuário torna-se viciado em crack, droga estimulante produzida a partir de substâncias da folha de coca, sendo uma delas a cocaína, substância responsável pela euforia. Ou seja, o crack é a cocaína que pode ser fumada.
Como a droga é fumada, as substâncias atingem o cérebro com maior rapidez, onde o usuário sente inicialmente sensações de euforia, bem-estar, auto-confiança, falta de apetite, delírios e alucinações, aumento da libido, aumento da concentração, e estado de vigília.
Passados cerca de dez minutos do consumo da droga, ocorre uma queda na produção dos neurotransmissores, responsáveis pelas sensações acima, e com isso, surge a chamada “fissura”, que é o desejo de consumir outra pedra de crack, além do usuário sentir agressividade, irritabilidade, sentimentos depressivos e fadiga.
O que impressiona são os efeitos devastadores dos efeito do crack a curto prazo entre os usuários. Nas imagens divulgadas durante a operação policial na cracolândia, surgia uma multidão de pessoas muito magras, de pele manchada e cabelos maltratados. Como o crack atua em uma parte do cérebro responsável pela fome, enquanto está sob o seu efeito, o usuário pode ficar sem comer durante dias, ocorrendo a desnutrição.
Com o corpo mais debilitado pela falta de nutrientes, o usuário fica mais propenso a diversas doenças, decorrentes do uso frequente do crack, como: bronquite; gastrite; hemorragia pulmonar; hipertensão arterial, psicoses; transtornos psiquiátricos; mau humor; dores no corpo e articulações; delírios e alucinações; insuficiência renal, entre outros.
Quase todos os dependentes químicos em crack acabam por desenvolver problemas psiquiátricos, como ansiedade e depressão, além de comprometerem seu sistema respiratório e cardiovascular. Além disso, um terço dos viciados morre em um período de cinco anos.
O crack surgiu em meados da década de 80, nas ilhas Bahamas, um dos principais armazéns especiais de depósito de cocaína pelos traficantes, já que é o ponto de partida para ser vendida nos Estados Unidos.
Pelo seu baixo preço (cerca de R$ 5,00 a pedra), o crack se alastrou nas periferias das grandes cidades, primeiro nas cidades de Los Angeles, Houston e San Diego, nos Estados Unidos, e logo para as demais metrópoles. São Paulo (SP), por exemplo, entrou na rota do crack em meados dos anos 90, e a região da cracolândia, no centro da capital paulista, tornou-se o destino principal de usuários e traficantes da droga.
Porém, uma pesquisa feita em 2011 e que divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios nesta semana na revista Veja, expõe de que o vício do crack já não é mais um problema das grandes cidades, pois em 4.430 das 5.565 cidades brasileiras, foi constatado de que o crack é consumido em nada mais do que em 91% delas, até mesmo em cidades no interior do Mato Grosso do Sul e do Amazonas.
Por Selma Isis


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