O NÃO de ELOÁ
Créditos:
Apresentação Elaborada pelo Professor Jorge Pétrus - SP
http://www.professorjorge.org
ARTIGO PUBLICADO NO JB, DA DRª MARIA ISABEL,
PROFESSORA DE PSICOLOGIA, QUE DENOMINEI DE "O NÃO DE ELOÁ".
VALE A PENA LER... Isabel Alves Centro de Apoio e Defesa da Cidadania-RJ
Encaminhado por sua aluna Danielli Pinho.
UM ALERTA PARA OS PAIS!!! Criando um Monstro
O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar
a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é
índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão?
A situação  soc
ial da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social
ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que
pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer
reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100
horas e atirar em
duas pessoas  i
nocentes?
O rapaz deu a resposta: 'ela não quis falar
comigo'. A garota disse não, não quero mais falar com você. E o
garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais
importante. Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que
infestam os
programas  vespertinos
de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam
descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados. Mas
ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo
todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos
outros nãos nessa história toda.
Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de
12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer
que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a
puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao
pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro
de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer
NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá.
Faltou o governo dizer NÃO ao
sensacionalismo da imp
rensa em torno do caso, que permitiu que o tal
seqüestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os
programas de TV que o procuraram. Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a
única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.
O mundo está carente de nãos. Vejo que cada vez
mais os pais
e professores morrem de
medo de dizer não às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer não aos
maridos ( e alguns maridos, temem dizer não às esposas ). Pessoas têm
medo de dizer não aos amigos. Noras que não conseguem dizer
não às sogras. Chefes que não dizem não aos subordinados. Gente que
não consegue dizer não aos próprios desejos. E assim são criados alguns
monstros. Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm
pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do
chefe, do
professor, da namorada
, do gerente do banco.
Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal.
E é legal.
Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu
filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2
anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas
de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes.
Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer: Não, você não pode bater no
seu amiguinho. Não, você não vai assistir a uma novela feita para
adultos. Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei.
Não, você não vai passar a madrugada na rua. Não, você não vai dirigir
sem carteira de habilitação. Não, você não vai beber
uma cervejinha enquant
o não fizer 18 anos. Não, essas pessoas não são companhias pra você.
Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho
e chocolate. Não, aqui não é lugar para você ficar. Não, você não vai
faltar na escola sem estar doente. Não, essa conversa não é pra você se
meter. Não, com isto você não vai brincar. Não, hoje você está de
castigo e não vai brincar no parque.
Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir
bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles.
E aí, no primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam
drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores.
Furam o pneu do carro do
chefe. Chutam mendigos e
prostitutas na rua. E daí por diante.
Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo,
pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados
com um amor real, sem culpa, tranqüilo e livre, conseguem
perfeitamente entender 
;uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem
que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é
também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também
aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante
dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas
maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O
não protege, ensina e prepara.
Por mais que seja difícil, eu tento dizer não
aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e
tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas
tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também
aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e
absurda dos nossos dias.
Se você acha importante que algumas coisas sejam mudadas em nossa Sociedade, Educação e Mídia.
Pode começar repassando essa apresentação para seus amigos e todos aqueles que você quer bem.
Créditos:
Apresentação Elaborada pelo Professor Jorge Pétrus - SP
http://www.professorjorge.org
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