Lixão é crime ambiental e aterro é cafona: há tecnologia brasileira para transformar lixo em energia
Unaí(MG) experimenta com sucesso a transformação de resíduos em combustível e prevê queimar 100% da coleta diária até 2012.
Quase tudo
vira lixo, e o lixo vira o quê? Com a recém-aprovada Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS), grande parte do material jogado fora poderá
ser queimado como combustível e se tornar uma nova fonte de energia para
o país. Atualmente, o Brasil produz 183,5 mil toneladas de lixo por dia
e ainda não dispõe de tecnologia em larga escala para transformar esse
lixo em energia elétrica.
Mas a cidade mineira de Unaí já vem experimentando com sucesso o uso do lixo na geração de energia e, até o fim de 2011, deve queimar 100% do lixo coletado diariamente, acabando com o aterro sanitário local. Pelo Projeto Natureza Limpa (http://www.naturezalimpa.com/), a prefeitura implantou em parceria com um empresário local uma miniusina de carbonização do lixo. O processo ainda não produz energia elétrica, mas transforma o lixo em combustível para as siderúrgicas do Estado e matéria prima para indústrias químicas.
Na miniusina de Unaí, o lixo é depositado em um forno, sem nenhuma separação. O material orgânico e outros combustíveis como plástico viram carvão; produtos de origem mineral não combustível, como vidro, permanecem intactos. Cerca de 90% do material carbonizado são vendidos a siderúrgicas mineiras, e os 10% restantes são usados na fornalha da própria usina. Já os materiais que ficam intactos seguem para a reciclagem.
Mas a cidade mineira de Unaí já vem experimentando com sucesso o uso do lixo na geração de energia e, até o fim de 2011, deve queimar 100% do lixo coletado diariamente, acabando com o aterro sanitário local. Pelo Projeto Natureza Limpa (http://www.naturezalimpa.com/), a prefeitura implantou em parceria com um empresário local uma miniusina de carbonização do lixo. O processo ainda não produz energia elétrica, mas transforma o lixo em combustível para as siderúrgicas do Estado e matéria prima para indústrias químicas.
Na miniusina de Unaí, o lixo é depositado em um forno, sem nenhuma separação. O material orgânico e outros combustíveis como plástico viram carvão; produtos de origem mineral não combustível, como vidro, permanecem intactos. Cerca de 90% do material carbonizado são vendidos a siderúrgicas mineiras, e os 10% restantes são usados na fornalha da própria usina. Já os materiais que ficam intactos seguem para a reciclagem.
O chamado
chorume, aquele líquido escuro e espesso que sai do lixo se transforma
em vapor no forno, mas não volta a poluir o ar. Esse vapor é canalizado
para um destilador que expele apenas água e oxigênio. No destilador o
vapor de chorume é transformado em quatro subprodutos: óleo vegetal,
alcatrão, lignina e água ácida, usados na produção de biodiesel,
cosméticos, abrasivos, entre outros.
O sistema
mineiro já recebeu a licença ambiental e pode se tornar uma boa opção
para fechar os lixões de todo o país. Esse tipo de depósito de lixo não
tem nenhum tratamento ambiental e polui ar, água, solo, subsolo e o
lençol freático. A Política Nacional de Resíduos Sólidos obriga os
municípios a acabarem com os lixões em até quatro anos.
Sérgio
Guerreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
coordenador do Conselho de Pesquisa em Tecnologia de Geração de Energia a
Partir de Resíduos (WTERT Brasil), diz que a experiência na Comunidade
Europeia deu certo. Em 2009, 60 milhões de toneladas de lixo foram
incineradas na Europa.
Veja os principais benefícios do projeto Natureza Limpa:
1. Extinção dos lixões e aterros sanitários
Por
utilizar o lixo como matéria-prima, o Projeto Natureza Limpa visa a
médio e longo prazo, a extinção dos lixões e aterros sanitários nos
municípios onde forem instaladas as usinas, acabando assim com os sérios
problemas ambientais e sociais causados pelos mesmos.
A idéia é possibilitar um consumo contínuo dos resíduos urbanos descartados, para a produção de briquetes de carvão, fonte de energia termoelétrica.
A idéia é possibilitar um consumo contínuo dos resíduos urbanos descartados, para a produção de briquetes de carvão, fonte de energia termoelétrica.
2. Preservação Ambiental

freático, principalmente pelo chorume, visto que todo o processo, desde a
chegada dos resíduos até a produção final, elimina qualquer tipo de
contato com o solo.



3. Produção de energia termoelétrica
Produção
de carvão com alto poder calórico, para uso industrial. Produto que
será usado como fonte de energia termoelétrica e também como fonte de
energia em todo o seu processo de produção. A produção do carvão é feita
através da carbonização do lixo, em um processo limpo e eficaz, onde é
realizada a filtragem e reaproveitamento de todos os gases e elementos
nocivos gerados nesta carbonização.
4. Alta Capacidade de Produção
Alto consumo de resíduos através de usinas com capacidade de processamento de até 10 toneladas/hora.
A quantidade de carvão produzida pode variar significativamente em função da “qualidade” dos resíduos, pois o processo dispensa a coleta seletiva do lixo.
A quantidade de carvão produzida pode variar significativamente em função da “qualidade” dos resíduos, pois o processo dispensa a coleta seletiva do lixo.
5. Facilidade de implementação e implantação
As
máquinas para fabricação de briquetes possuem baixo custo operacional e
de fabricação, por utilizarem mecanismos simples no seu funcionamento,
possibilitando assim redução nos custos com manutenção e mão-de-obra.
6. Alto impacto econômico
Partindo
do princípio que o volume produzido de lixo no Brasil é de 350 kg/ano
por habitante, o volume de carvão a ser produzido com esta matéria-prima
poderá oferecer às usinas termoelétricas o suficiente para aumentar
significativamente a produção de energia elétrica em todo o país.
O projeto possibilitará também uma redução significativa nos gastos com acondicionamento e transporte do lixo urbano.
O projeto possibilitará também uma redução significativa nos gastos com acondicionamento e transporte do lixo urbano.
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