sábado, 29 de outubro de 2011

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Arlei Karpinski
LIXO NOSSO DE CADA DIA

O PLANETA encontra no lixo um dilema, é um problema que se mal cuidado se torna um problemão, mas sempre a natureza nos deu exemplos, e mostra que a reciclagem, reutilização, pode transformar o lixo em uma solução e até uma oportunidade aonde a sucata de uma operação é matéria prima em outra atividade.
A tecnologia é sempre solução e utilizar a mais adequada sem duvida .........
O início dos problemas pode ser o início da solução, o setor público inicia uma redução do retrabalho no manuseio do lixo, ou seja a automatização do recolhimento, e atualmente uma das melhores soluções é a utilização de contêineres. Que evita que a população coloque os seus resíduos/lixos no meio da rua, evita também as lixeiras fixas de metal que enfeiam muito as ruas, pingam chorume, deixam resíduos, sujam o ambiente, catadores rasgam os sacos de lixo, os animais, insetos e diversos vetores atuam no local aonde fica estes lixos. Existe uma “solução” adotada em algumas cidades que é a construção por cada morador/prédio/propriedade de um local dentro do terreno para guardar/abrigar seu lixo, separado por tipo(seco e orgânico ou úmido), a solução adotada era a melhor naquela época, mudou, e talvez esta utilização de contêineres seja superada mais adiante.
A vantagem do contêiner é evidente, em cada rua em vez de recolhimento manual(por garis juntando saco por saco) em cada lixeira e em cada casa/ prédio/propriedade de cada morador, que toma um tempo enorme(com muitas paradas) e com a utilização de pessoas penduradas perigosamente na traseira de  caminhões compactadores. Em cada quadra é recolhido em geral um único contêiner (pode variar com ruas com muitos prédios). Em geral o morador vai se deslocar no máximo 50m para colocar seu lixo e apenas o morador vai manusear o lixo e a partir dai começa a opção de oferecer separação na origem dos lixos orgânicos e secos.  O recolhimento não vai ser preciso cumprir horários rigorosos, e a chuva, ventanias ou outras intempéries não causam muitos danos. Nos locais aonde já esta instalada esta tecnologia há vários anos, observamos uma rua limpa, bueiros não contemplados com tudo que é tipo de sujidades, e uma diminuição considerável de insetos e outros seres indesejáveis.
O recolhimento encaminha-se para uma solução mais racional e vem outro...
DESTINO DOS RESIDUOS

 A lei 12.305/2.010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esta lei estabelece regras e procedimentos. Está possibilitando o surgimento de um novo segmento econômico no País.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), intitulado "Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza". O documento alerta a que o mundo deverá gerar 13 bilhões de toneladas de resíduos urbanos até 2050, afirma este documento que apenas 25% de todos os resíduos são recuperados ou reciclados.
O desafio de saber qual a melhor tecnologia para os resíduos sólidos estará tirando o sono de muitos administradores.
O absurdo dos lixões estarão proibidos (a partir de 08/2014), estimulando os aterros sanitários. Acreditamos que enterrar o lixo também não é a melhor solução,mesmo com a transformação dos gases em energia. Estudos mostram que queima do lixo produz 10 vezes do que a utilização dos gases. E mesmo que o aterro sanitário seja uma técnica infinitamente superior ao lixão, esta área fica praticamente condenada, e possuindo em seu interior muita energia ou matéria prima. É um desperdício.
A natureza nos ensina a reciclagem, o reaproveitamento dos produtos, a agricultura moderna precisa de adubação e a matéria orgânica caso transformada em adubo orgânico produziria muito mais alimentos e o lixo seco se transformam em matéria prima para a industria.
Uma opção que esta ganhando espaço é o lixo ZERO, copiando como sempre a natureza, que a tudo recicla.
Temos muitos bons exemplos o plástico da sacolinha, a bombona de água, a saquinho do queijo se transformam na “madeira de plástico” se transformando em mobiliário, bancos, floreiras, madeiras para muitos usos e com qualidades superiores a madeira das arvores( não necessita de pintura, não tem problemas com cupim, é uma revolução no setor de reciclagem.
Existem também tecnologias que podem ser utilizadas para o uso do lixo para produzir energia (térmica ou elétrica), duas se destacam queima direta(Waste-to-Energy) e uma mais nova e brasileira que carboniza o lixo tanto orgânico como o plástico, preservando metais e vidros para a reciclagem. O carvão pode ter vários usos amplamente conhecidos. A grande vantagem é que não sobram resíduos e nem danos ambientais. Os gases da carbonização são condensados e transformados em matéria prima para uso industrial (óleo vegetal, alcatrão, lignina, água acida), as cinzas resultantes(5% do peso inicial) podem ser usadas na construção civil ou em uso agrícola.
Cada pessoa produz em media um pouco mais de 1 kg de lixo por dia, 1 kg de lixo produz 400g de carvão equivalente a 400W ou seja acima de 20% do consumo médio individual de energia elétrica, ou um valor bem maior(mais eficiente) se usado na forma de calor, para aquecimento de ambientes ou de água.
A tecnologia energética, pode absorver todos os lixos, tanto o urbano (inclusive podas, pneus, absorventes,graxas,couros, etc ) como o industrial, um dos mais complexos hoje.
O Brasil adotou uma das leis ou a lei mais rigorosa do planeta para o meio ambiente, os países desenvolvidos jamais tiveram a mesma coragem, nosso país criou leis que acabaram se mostrando inviáveis a sua aplicação, a ponto de expulsar o ser humano de lugares que ocupam ou ocupavam há mais de 100 anos.
O bom senso indica que o meio termo é melhor. Mais importante que estudar e conhecer leis humanas mutáveis é conhecer e estudar um pouco mais de biologia, agricultura, química, agronomia  matérias estas um tanto complexas pois não foram feitas pelo homem, a natureza e sua observação podem nos dar um bom norte.  Por exemplo, o rio Tietê 160km após passar por São Paulo é cristalino, para espanto de muitos que não conhecem a natureza.
 Em uma entrevista, o executivo David Steiner soltou a seguinte previsão: daqui a dez anos, será possível extrair tanta riqueza do lixo que as empresas do setor poderão fazer sua coleta de graça.

http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0993/noticias/os-donos-do-lixo

Os donos do lixo - EXAME destaca o mercado dos lixões no Brasil

O lixo - quem diria? - virou um grande negócio no Brasil. Diante de um mercado de 20 bilhões de reais, setor ganha investidores
Em uma entrevista recente gravada em vídeo pela revista americana de negócios Fortune, o executivo David Steiner soltou a seguinte previsão: daqui a dez anos, será possível extrair tanta riqueza do lixo que as empresas do setor poderão fazer sua coleta de graça, sem que nenhum governo tenha de pagar pelo serviço. Ao ouvir a declaração, o interlocutor de Steiner esboçou um sorrisinho de deboche, mas não retrucou. David Steiner ainda está em posição de receber crédito por suas palavras, por mais que elas soem como delírio. Há sete anos ele é o presidente da Waste Management, a maior empresa de lixo dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo. Sob sua gestão estão 273 aterros sanitários, 17 usinas de geração de energia por meio da incineração do lixo e 119 operações de conversão do gás metano dos aterros em energia.


USINA DE CARBONIZAÇÃO DE LIXO




acho que esta solução de Unaí-MG resolve realmente o   
  PROBLEMA LIXO transformando o mesmo em uma receita bem interessante inclusive e principalmente financeira (ninguém quer contato com o seu lixo).
pelos dados não conferidos que o engenheiro repassou NO PROGRAMA
tem alguns termos técnicos que o mesmo inverteu( confundiu volatilizados por condensados no caso da fumaça), mas nada que atrapalhe o entendimento


o interessante que usa qualquer resíduo(madeira, galhos, caixa de leite( é uma confusão separar  papel e alumínio-só existe hoje uma tecnologia de separação por plasma   http://www.resol.com.br/curiosidades/curiosidades2.php?id=3302 .....   e outra que usa esse material para fazer telhas tipo brasilit.. www.akatu.org.br/.../embalagens-longa-vida-viram-manta-termica-para-casas/ - ), qualquer metal, vidro,vidro de parabrisa(outro pepino), pet, pneus, .....

estas tecnologias de separação, normalmente, são mais caras que o descarte, neste caso o alumínio retorna

SERIA UMA LIMPEZA NA CIDADE, e acabaria com a discussão de
sacola plástica, saquinho de lixo etc. QUE INFERNIZA UM MONTE.

acredito
que os resíduos de sucata de informática também poderiam ser testados pois nesta temperatura os termo agregados que se usam na compressão do silício e dos componentes eletrônicos devem se desfazer.


a técnica é bem interessante, eu imagino que não é queima ou uma mono-queima  e sim uma secagem em alta temperatura(700 graus ou 800 graus C como ele comenta) por isso não derrete vidro e nem o alumínio,

nas usinas européias aonde o lixo é incinerado  o resíduo (cinzas) tem a mistura de metal e alguns poluentes, o que acaba condenando a mesma e não pode ser utilizado na agricultura ( mas poderia ser usado na produção de tijolos de concreto).

a solução do engenheiro é melhor, pois Reaproveita os metais nobres, e retira os poluentes que iriam para o ar por volatilização e posterior condensação sem a necessidade de filtros que são uma alternativa técnica bem onerosa.



resíduos que são matéria prima e tem um valor comercial segundo o programa

LÍQUIDOS:
  • Lignina
  • óleo vegetal
  • agua ácida
  • alcatrão
SÓLIDOS:
  • sucata  de METAIS, separados de tintas(tem maior valor comercial)
  • vidro limpo(de residuos)
  • e o principal CARVÃO e pelo que vi sem resíduos tóxicos e poluentes que poderiam ser volatilizados na queima do mesmo para a atmosfera gerando um passivo ambiental, estes vapores são condensado no destilador).
  • e ainda vai gerar energia com 1MWh com 350 Kg de carvão(???)
  • seria muito interessante examinar a usina protótipo
  • SOU parceiro na visita.
  • e o pessoal nem falou que poderiam vender os creditos de carbono....
  • e o financiamento deste tipo de equipamento no BNDES é a fundo perdido.
  • e a energia gerada abasteceria entre 10 e 30 % de uma cidade.

  • o tamanho do equipamento é o tamanho de uma carreta (19m) no caso para processar 10t/h

site do cidades e soluções:

http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1622890-17665-304,00.html#

como eu comento....
O LIXO VAI SER UM GRANDE NEGÓCIO   
um abraço
 arlei

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A humanidade gera lixo
Nós geramos energia do lixo
A tecnologia utilizada no Projeto Natureza limpa foi desenvolvida pelo Núcleo Técnico-Ambiental Railton Faz em parceria com a TJMC Empreendimentos, tendo como objetivo a produção de energia termoelétrica a partir da carbonização e reutilização do lixo urbano.
A tecnologia possibilita a utilização de resíduos urbanos, que na maioria das vezes são descartados em aterros e lixões, para a produção de briquetes de carvão, com alto poder calórico, que será utilizado como fonte energética para uso industrial.
Uma característica única neste sistema de carbonização é a filtragem e reaproveitamento dos gases e elementos nocivos liberados durante o processo, garantindo assim uma produção eficiente, limpa e altamente sustentável.
O processo dispensa a coleta seletiva do lixo, possibilitando a utilização do lixo da mesma forma que ele chega através dos caminhões de transporte.
A carbonização abrange a maioria dos tipos de resíduos (orgânicos, plásticos, madeira, papel, pneu, entre outros). Os resíduos que não são carbonizáveis (vidros e metais) são coletados e posteriormente reutilizados.
Vale lembrar que em todo o processo, desde a chegada do lixo à produção do briquete, os resíduos não entram em contato direto com o solo, garantindo assim a integridade do lençol freático.

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O lixo chega até a usina através dos caminhões de transporte.
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O lixo é depositado diretamente dos caminhões em uma moega com grande capacidade de armazenamento.
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Os líquidos provenientes deste processo são captados e reutilizados posteriormente.
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Os resíduos sólidos são transportados através de uma esteira elétrica até o forno de carbonização a 700ºC, que proporciona uma redução de umidade destes resíduos a 3%.
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A fumaça e os líquidos gerados na carbonização são enviados a um destilado (condensador) que por sua vez retira todos os poluentes da fumaça, lançando na atmosfera apenas vapor d´água.
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A massa carbonizada é enviada juntamente com os materias não carbonizáveis, para um área quarentenária, onde será feito o resfriamento desses elementos.
Os resíduos não carbonizáveis (vidros e metais) são retirados manualmente por funcionários, e a massa resfriada é transportada através de outra esteira até o formulador.
No formulador esta massa recebe a adição de uma substância natural que possibilita a sua manipulação e modelagem.
O resultado desta mistura é transportado até o briquetador, onde é transformado em briquetes de carvão com alta densidade e valor energético.
A maior parte dos briquetes produzidos são embalados para comercialização e o restante utilizado neste sustentável processo de produção.
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- Forno de carbonização
- Área quarentenária para resfriamento da massa carbonizada.
- Destilador de poluentes
- Especificações do forno para carbonização (unidade 10 ton/h).
- Tamanho: 19.000x2200x 3.500mm
- Peso: 11,6 ton
- Capacidade de Produção: 10toneladas/h de resíduos
- Sistema de funcionamento elétrico
- Sistema de aquecimento, carvão vegetal.
- Motores Elétricos:

















A energia de uma nova idéia
O Projeto Natureza Limpa é um sistema revolucionário e altamente sustentável que possibilita a produção de energia termoelétrica, através da produção de briquetes de carvão. Um produto de alto valor calórico que usa como matéria-prima o lixo residencial, industrial e urbano (resíduos orgânicos, plástico, pneus, papel, madeira, entre outros) das pequenas, médias e grandes cidades, sem a necessidade de coleta seletiva. Resíduos que acabam sendo depositados em lixões e aterros, comprometendo de diversos modos o nosso meio ambiente e a sociedade em que vivemos.
Esta revolucionária tecnologia chega como uma solução inteligente e definitiva para acabar com a forte agressão ambiental e social causada por estes lixões e aterros sanitários em todo o mundo. Uma ferramenta indispensável, em tempos onde a busca por alternativas para lidar com o lixo e com a geração de energia tornou-se decisiva.
Desde o século passado é visível o esforço coletivo, por parte de alguns segmentos da sociedade, de uma rede compartilhada de proteção ao meio ambiente e à vida. Ciente de sua parcela de responsabilidade frente às questões apresentadas, a empresa TJMC Empreendimentos Ltda., em parceria com o Núcleo Técnico-Ambiental Railton Faz, desenvolveu este incrível projeto.
Trata-se de um amplo investimento focado em contribuir com a qualidade de vida das comunidades, numa postura ética e sócio-econômica sustentável assegurando qualidade de vida no presente e no futuro das novas gerações.



Extinção dos lixões e aterros sanitários

Por utilizar o lixo como matéria-prima, o Projeto Natureza Limpa visa a médio e longo prazo, a extinção dos lixões e aterros sanitários nos municípios onde forem instaladas as usinas, acabando assim com os sérios problemas ambientais e sociais causados pelos mesmos.
A idéia é possibilitar um consumo contínuo dos resíduos urbanos descartados, para a produção de briquetes de carvão, fonte de energia termoelétrica.



Preservação ambiental

Fim dos impactos ambientais causados pelo lixo ao solo, ao ar e ao lençol
   freático, principalmente pelo chorume, visto que todo o processo, desde a
   chegada dos resíduos até a produção final, elimina qualquer tipo de
   contato com o solo.
Substituição da queima de lenha na produção do carvão, diminuindo o     desmatamento e a poluição.
Filtragem dos gases nocivos liberados na carbonização do lixo.
 Aumento da oferta de energia elétrica

Produção de energia termoelétrica

Produção de carvão com alto poder calórico, para uso industrial. Produto que será usado como fonte de energia termoelétrica e também como fonte de energia em todo o seu processo de produção. A produção do carvão é feita através da carbonização do lixo, em um processo limpo e eficaz, onde é realizada a filtragem e reaproveitamento de todos os gases e elementos nocivos gerados nesta carbonização.

Alta capacidade de produção

Alto consumo de resíduos através de usinas com capacidade de processamento de até 10 toneladas/hora.
A quantidade de carvão produzida pode variar significativamente em função da “qualidade” dos resíduos, pois o processo dispensa a coleta seletiva do lixo.

Facilidade de implementação e manutenção

As máquinas para fabricação de briquetes possuem baixo custo operacional e de fabricação, por utilizarem mecanismos simples no seu funcionamento, possibilitando assim redução nos custos com manutenção e mão-de-obra.

Alto impacto econômico

Partindo do princípio que o volume produzido de lixo no Brasil é de 350 kg/ano por habitante, o volume de carvão a ser produzido com esta matéria-prima poderá oferecer às usinas termoelétricas o suficiente para aumentar significativamente a produção de energia elétrica em todo o país.
O projeto possibilitará também uma redução significativa nos gastos com acondicionamento e transporte do lixo urbano.





Usina vai beneficiar resíduos de obras

Texto: Márcia Pacheco

Entulho de construção, resto de comida e lixo industrial: com uma máquina criada por um engenheiro mecânico sergipano, tudo isso vai virar carvão. Trata-se da primeira Indústria de Beneficiamento de Resíduos do Brasil, que será instalada em Sergipe. A atividade da indústria pode contribuir para acabar com dois problemas graves de uma vez só. Com o processamento do lixo, acaba a necessidade de criação de aterros sanitários e o resíduo da construção civil, o entulho, vai ser tirado das ruas e vai ter destino certo.

Há aproximadamente três anos, o engenheiro mecânico Railton Lima foi contratado por uma empresa de Minas Gerais para desenvolver um Forno de Carbonização, destinado a atender o setor de siderurgia. “De lá para cá, pesquisas vinham sendo feitas até que, por acaso, chegamos a esse ponto, que é o processamento dos resíduos de construção até resíduos urbanos”, conta Lima. Com a Indústria de Beneficiamento de Resíduo, tudo que hoje é considerado lixo pode ser transformado carvão vegetal e em outros produtos, que voltam para o público consumidor de maneira rentável.

Toda linha de produção desse processo envolve duas patentes: a primeira é o protótipo desenvolvido para aproveitamento de gases das indústrias – na qual coleta-se os poluentes emitidos na carbonização – e a segunda é um equipamento chamado briquetadeira. “Com essas duas patentes, chegou-se ao equipamento de beneficiamento de 100% dos resíduos, desde urbanos, a resíduos da construção civil”, diz o engenheiro. “O carvão pode ser utilizado nas fornalhas das indústrias, ou até mesmo no churrasquinho em casa”, acrescenta.

Segundo Lima, a indústria, que ainda está em fase final de projeto, será a primeira usina do planeta a beneficiar 100% dos resíduos. “Aproveitamos todo o resíduo. Para nós que fizemos o projeto, não vai existir aterro se houver esse equipamento. Aterro vira coisa do passado”, explica o engenheiro.

Fonte: Jornal da Cidade/Sergipe

O projeto foi vendido inicialmente para fora do Estado. Uma indústria está sendo montada em Sete Lagoas, em Minas Gerais, e no município de Xinguara, no Pará. Em Sergipe, a Indústria vai ser implantada em Lagarto, centro-sul do Estado, em parceria com a prefeitura local. De acordo com Lima, o terreno já foi adquirido e compreende uma área de 32 mil metros quadrados. Para a sua operação, serão gerados 46 empregos diretos e mais 200 indiretos.

A apresentação da maquete deve acontecer em breve. “Esperamos esse ano resolver completamente o problema de lixo urbano na cidade”, diz o engenheiro. “Até o final de 2009, em Lagarto não teremos nenhum problema de resíduos. Aterro sanitário vai ser totalmente descartável”, completa. Nesse primeiro momento, a Indústria vai atuar apenas no município de Lagarto, mas a pretensão de Railton Lima é vender a idéia para todo Estado.

O município de Lagarto vai abrigar o projeto piloto da primeira usina a funcionar para cuidar dos resíduos públicos. “A cidade será vitrine para todo planeta”, coloca o empresário. Durante a semana, o Núcleo Tecno-Ambiental Railton Faz recebeu três equipes de empresários de fora de Sergipe, que vieram conferir como funciona o projeto, através de apresentação feita com o uso dos protótipos.

Transformação

A Indústria de Beneficiamento de Resíduos vai processar resíduos urbanos (entulho, poda de árvore), resíduo doméstico (resto de comida, sacos e garrafas plásticas) e resíduos industriais (tintas, solventes). Todos esses materiais, que seriam descartados e depositados na natureza, serão aproveitados.

A partir do que antes era considerado lixo ou entulho de construção, são originados cinco produtos. O primeiro – que é o principal objetivo da indústria – é a massa de carvão; o segundo é o óleo vegetal, que, segundo o engenheiro, com mais 10% de álcool seria a fórmula do biodiesel; o terceiro produto é a água ácida, utilizada pela indústria química; o quarto, o alcatrão, também consumido pela indústria química, de cosmético e de abrasivos; e o quinto e último produto é a lignina, aproveitada pela indústria de cosméticos. “Então, 100% desses produtos são comercializados no mercado, produtos esses originados dos resíduos urbanos, industriais e domésticos”, explica Lima. Ou seja, todos os produtos, originados do que seria simplesmente descartado na natureza, tem valor de venda e vai movimentar o mercado e a economia.

O carvão produzido a partir do lixo tem a mesma utilização daquele originado da madeira. O engenheiro explica que, na natureza, só existem três massas: massa mineral, massa vegetal e massa animal. De acordo com Lima, a massa que não carboniza nunca é a mineral – que compõe areia, pedra, vidro, metal, entre outros materiais. Mas as massas vegetais e animais carbonizam. “Uma vez carbonizadas, essas massas se tornam carvão vegetal como qualquer outro. Não há diferença entre o carvão vegetal originado de madeira de lei, de pinho, ou de eucalipto, e o carvão feito do lixão”, explica. A matéria é sempre a mesma, é massa carbonizada com teor de carbono fixo próprio para o consumo seguro.

Meio ambiente

A usina evidencia o crescente interesse do empresariado em promover o crescimento sustentável, tentando manter o equilíbrio entre as atividades do homem e a preservação da natureza. O primeiro grande benefício trazido com o processamento de resíduos é que não ocorrerá degradação do solo das cidades, a partir do momento que não terá aterro.

E uma vez o resíduo entrando na indústria, ele é processado de imediato, embora para a máquina, não importe o tempo. A usina a ser instalada no interior do Estado tem capacidade para processar 80 toneladas por dia. A média de produção de lixo de Lagarto é de 50 toneladas por dia.

Segundo o líder do projeto, as 30 toneladas de capacidade restantes vão ser utilizadas para processar a lixeira já existente na cidade, até que o terreno fique limpo. “O terreno vai ficar totalmente imune de resíduos e poluentes. Não há degradação de solo, não há degradação do meio ambiente, não há emissão de gases e as nossas nascentes, matas e florestas agradecem”, finaliza Lima.

Construção civil

Entre as principais preocupações do setor da construção civil está o destino do entulho resultante das obras. A gestão do resíduo da construção ainda é um desafio em Sergipe. Não é difícil se deparar com entulhos ou restos de construção amontoados em vias e logradouros públicos, apesar das rigorosas determinações das legislações municipais e estaduais, o que gera um problema sério para o meio ambiente.

Sejam das empresas do segmento da construção civil ou de reformas de imóveis particulares, as obras geram resíduos com os quais os responsáveis devem se preocupar.

Pensando em encontrar uma alternativa para o problema, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Sergipe (Sinduscon/SE) promoveu no último ano o Programa de Gerenciamento de Resíduos em Canteiros de Obras, promovido em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae/SE). De acordo com levantamento feito pelo projeto, em Aracaju se produz cerca de 500 toneladas de resíduo da construção civil por dia. O projeto não envolve indústria de processamento, mas articula parcerias entre empresas que precisam dos resíduos da construção para transformar em combustível para suas fornalhas. É o caso das cerâmicas. E em relação ao lixo reciclável, como plástico, papel, papelão e metal, a orientação é o encaminhamento do material para a Cooperativa de Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care).

O surgimento da indústria pode ajudar nesse processo de destinação de resíduo. De acordo com a engenheira Patrícia Menezes Carvalho, professora do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e diretora da MC Engenharia, a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) têm medidas rígidas para o controle do entulho produzido nas construções. “É preciso comprovar o destino dado aos resíduos da construção para a empresa obter a licença de funcionamento do empreendimento”, explica a engenheira. Segundo Patrícia, que orientou o projeto de gestão de resíduos, o estudo feito aponta que 70% de todo lixo produzido em Aracaju vem da construção.

Com a Indústria de Beneficiamento, telhado, concreto, sacos de papel, aparas de madeira, cerâmica, pó de serra, papelão, plástico, reboco: todo resíduo da construção pode ir diretamente para o processamento. Não importa em que estado chega lá. “Com sobra de areia, com cimento, não importa. Do jeito que o material chegar à indústria, o equipamento vai processar o resíduo”, explica Lima. Cada construtor, cada empresa de terceirização no município onde vai ser instalada a indústria será orientada a levar o resíduo direto para o processamento. O material vai ser transformado também em carvão.

Para Patrícia, essa é uma alternativa para evitar o depósito de entulho no meio ambiente, o que prejudica a cidade e os moradores, mas ainda não é o ideal para o setor da construção. “Muito do resíduo produzido pela construção civil é o chamado cascalho, que pode ser triturado, agregado e utilizado novamente pelo setor da construção. Esse tipo de indústria ainda não existe no estado”, coloca a engenheira. Segundo Patrícia, se transformado em material que possa ser utilizado pela construção, o benefício à natureza seria duplo, pois além de eliminar o acúmulo de resíduo no meio ambiente, ainda evitaria que fossem tirados da natureza areia e pedras, contribuindo para a preservação do meio ambiente.


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