sábado, 29 de outubro de 2011

Saneamento acessível


Saneamento acessível
08/09/2010
Pesquisa feita no Instituto de Geociências da USP desenvolve fossa séptica mais eficiente e de menor custo do que as convencionais
Por Fabio Reynol
A grande maioria das cidades brasileiras sofre, em maior ou menor grau, de contaminação por nitrogênio, particularmente de nitrato. As zonas rurais são contaminadas por causa do uso excessivo de fertilizantes e os solos urbanos recebem nitrogênio principalmente de fossas sanitárias ou mesmo de redes de esgoto sem manutenção ou mal projetadas.
Esse problema levou o grupo de pesquisa do Laboratório de Modelos Físicos do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IG-USP) a desenvolver uma fossa séptica que fosse mais eficiente e, ao mesmo tempo, acessível às populações mais pobres, que dependem principalmente desse tipo de saneamento.
O projeto Minimização dos Impactos dos Sistemas de Saneamento (Minisis), apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, analisou o problema de maneira ampla e resultou em uma série de contribuições ao sistema de saneamento por fossas sépticas.
“As fossas convencionais são bastante eficientes em degradar matéria orgânica infiltrada no solo, mas o seu rendimento é limitado para nutrientes, como o nitrogênio”, disse Ricardo Hirata, professor do IG-USP e coordenador do projeto. O resultado é a contaminação do ambiente por microrganismos e por nitrato (NO3), uma das formas que se apresenta o nitrogênio no ambiente e que é muito estável e móvel e pode permanecer por décadas nas águas subterrâneas.
A dificuldade de degradação do nitrato, aliada ao fato de derivar de uma fonte crescente, os dejetos humanos, fazem dele o contaminante mais abundante do planeta nas águas subterrâneas. “O nitrato não é o contaminante mais agressivo, mas com certeza é o mais comum e o que se apresenta em maior volume nos reservatórios de água subterrânea, os aquíferos”, disse.
O problema aumenta com o crescimento das cidades, cujas redes de coleta de esgoto nunca crescem na mesma proporção. O resultado é a permanência de nitrato no ambiente por períodos que podem chegar a centenas de anos.
O nitrato permanece nos lençóis freáticos e volta à população com a captação de água por poços ou nascentes, configurando-se em um grande problema de saúde pública. “Um dos mais sérios casos de contaminação é o da cidade de Natal (RN), cuja população consome água encanada com nitrato”, disse Hirata.
Em São Paulo, a situação também requer atenção, segundo o pesquisador, pois 75% dos municípios paulistas são abastecidos total ou parcialmente pela água que vem de fontes subterrâneas, muitas dessas vulneráveis à contaminação por fossas.
Sem condições financeiras de construir uma estrutura apropriada, muitos moradores cavam buracos simples no solo e que, frequentemente, encontram o nível freático. Esse recurso, chamado de “fossa negra”, é ainda mais nocivo ao ambiente, pois injeta o contaminante diretamente na água subterrânea, sem que nenhuma forma de redução do contaminante possa ocorrer no solo, onde se processa a maior parte da transformação bioquímica dessas substâncias nocivas, segundo o professor.
Desenvolvimento no local
Para desenvolver o novo modelo de fossa, o grupo da USP precisava de uma comunidade que não fosse atendida pela rede de esgoto. O bairro de Santo Antônio, no distrito de Parelheiros, zona sul de São Paulo, foi o escolhido.
Os pesquisadores acompanharam o desempenho de duas fossas pertencentes a moradores vizinhos. Uma delas, a fossa controle, era do tipo negro convencional. A segunda foi construída na casa ao lado segundo a tecnologia desenvolvida pelo grupo.
A fossa projetada pelos pesquisadores tem dois níveis. O primeiro é formado por óxidos de cálcio e de ferro, um rejeito da indústria siderúrgica com propriedades bactericidas. “Por ter um pH muito alto, próximo de 12, esse material consegue degradar vírus e bactérias com alta eficiência”, explicou Hirata.
Para o experimento a equipe conseguiu trazer escória do porto capixaba de Tubarão, que possui grande fluxo de exportações de minério de ferro. Após passar pela camada mineral, o líquido efluente percola para a segunda barreira reativa, composta por areia e serragem da madeira cedrinho. Os cavacos de madeira, que fornecem carbono ao meio por respiração aeróbica, consomem o oxigênio e propiciam que o nitrato seja reduzido bioquimicamente a um gás de nitrogênio.
O projeto foi bem-sucedido e a primeira camada eliminou 95% dos vírus e bactérias presentes. Já a barreira de serragem e areia degradou com eficiência 60% do nitrato encontrado, mas Hirata aponta que o conhecimento alcançado no experimento permite melhorar esse número para 80%.
A degradação do nitrato no novo sistema foi tema da tese de doutorado de Alexandra Vieira Suhogusoff, defendida este ano. A aluna foi orientada por Hirata e teve apoio FAPESP por meio de uma Bolsa de Doutorado Direto.
A redução dos microrganismos obtida na primeira camada da fossa rendeu a tese de doutorado de Jesse Stimson, da Universidade de Waterloo, no Canadá, instituição que colaborou com o projeto de pesquisa.

O trabalho ainda contou com equipamentos de monitoramento para controlar a quantidade de material lançado em cada fossa e permitir a retirada de amostras. Os resultados obtidos foram usados para construir modelos numéricos que indicaram a possibilidade de se repensar a ocupação urbana sem rede de esgoto, permitindo aumentar o número de fossas sem implicar contaminações das águas subterrâneas ou mesmo superficial.
“Como ela é mais eficiente, podemos aumentar em até 60% a densidade de fossas em um bairro, comparativamente à capacidade de suporte com uso de técnicas convencionais”, afirmou Hirata, ressaltando que o custo da obra é bem acessível, embora não tenha estimado o valor exato.
Outra vantagem é que a construção da nova fossa não exige treinamento específico de profissionais. “Qualquer pedreiro familiarizado com obras de poços é capaz de construir o novo modelo”, disse. Isso permite que seja utilizada mão de obra local, mais acessível financeiramente.
Poços mais seguros
Outro resultado do projeto foi o desenvolvimento de uma metodologia para avaliação sanitária de poços de água. Trata-se de um questionário simples com dez perguntas objetivas que exigem respostas simples de “sim” ou “não”, como “há criação de animais próxima ao poço?”, “o poço possui trincas na parede interna?” e “a água que sai da cozinha passa a menos de 10 metros do poço?”
Com ele, um agente de saúde pode fazer um levantamento da qualidade da água consumida em um bairro, uma vez que a qualidade do poço é estimada a partir do número de respostas positivas recebidas.
“É um modo simples de municiar os órgãos de saúde pública na importante questão do consumo de água na área periférica de cidades”, sugeriu Hirata, que alertou para o fato de a população não possuir parâmetros objetivos para avaliar a água de seus poços.
“Para muitos, a água cristalina e fresca é sinônimo de água potável e, como as doenças provocadas pela contaminação aparecem esporadicamente, eles não associam essas doenças à qualidade da água”, apontou. O questionário foi adaptado de uma metodologia desenvolvida na Inglaterra e aplicada com sucesso em alguns países africanos.
Segundo o professor do Instituto de Geociências da USP, a fossa e o questionário desenvolvidos nessa pesquisa são soluções baratas e que podem ajudar especialmente as áreas mais afastadas e carentes enquanto não recebem rede de esgoto.
“O ideal seria que todos tivessem coleta de esgoto, porém, como nossa experiência mostra que a área de saneamento não costuma contar com muitos recursos, essas soluções poderiam amenizar muito a contaminação da água e reduzir os problemas de saúde da população”, disse Hirata.
Fonte: Portal do Meio Ambiente
Atenção: As informações contidas nesta notícia são de responsabilidade dos autores e não expressam a opinião da Ag Solve.
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Posted by tunico em setembro 11, 2009
Segundo dados que levantei na mídia e na Internet, o Brasil tem cerca de 40 milhões de ha de terras degradadas (pastagens e lavouras abandonadas) no cerrado, no Nordeste e no Sudeste.
Considerando que 1 ha de cana rende cerca de 6.000 l de etanol, temos um potencial teórico de produção de etanol de 192 bilhões de litros anuais(reservando 20% da terra para diversidade ambiental, estradas de acesso/escoamento, etc). Sem desmatamento adicional e invasão de outras culturas.
Isto atenderia com muita folga a meta americana de substituir 20% da gasolina por etanol até 2012(28 bilhões de litros de etanol/ano) e exportar para outros consumidores como a comunidade européia e países asiáticos.Mas isso é teoria.
Cerca de 50% destas terras são pulverizadas, o que inviabiliza de certa forma as mega-usinas nestas áreas, reduzindo o potencial para 96 bilhões de litros/ano por meio de grandes usinas.
A se considerar uma maturação média de 8 anos para os grandes empreendimentos, a exportação poderia atingir só com etanol em 2015, 80 bilhões de dólares/ano.E os restantes 50% de terras pulverizadas? Normalmente são pequenas propriedades. A viabilização de produção de etanol por meio de micro-usinas nestas áreas é o pulo do gato. Mata vários coelhos com uma cajadada só. Inversão da migração para grandes centros urbanos, geração de renda no campo, geração de empregos duráveis, renda estável para os pequenos proprietários, geração de energia entre outras vantagens, como um possível fim do Bolsa-Esmola, dos sem-terra e de quebra, dos MSTs da vida.
Está em curso no Senado um Projeto de Lei da Câmara de autoria do ex-deputado Gilberto Kassab, atual prefeito da cidade de São Paulo, cujo relator é o senador Tasso Jereissatti. Este projeto de lei autoriza o pequeno produtor rural e/ou cooperativas a produzirem e comercializarem o etanol ao consumidor até um volume de 5.000 l/dia .
Se este projeto for à frente, está aberto o caminho para a pequena produção. Uma micro-usina com capacidade para 150 litros/dia custa R$ 10.000 reais para ser implantada (construção da usina e implantação do canavial) e produz nestas regiões numa jornada de 300 dias/ano, 45.000 litros de etanol a 94 graus GL, numa área de 5ha. O custo de produção(inclui manejo, conservação e renovação do canavial) é de R$0,40/litro. Este etanol pode ser usado para consumo próprio do proprietário (estimado em 8% da produção) e a sobra vendida a 1,00 real o litro aos postos da região ou
diretamente ao consumidor final a R$ 1,20/litro, com impostos reduzidos de 10%, gerando renda líquida anual de 22.000 reais ao pequeno produtor e emprego de 3 pessoas por micro-usina, fora a mão de obra dos proprietários.
Suponhamos no limite, considerando o módulo rural básico de 10 ha, que 50% destas terras pulverizadas( 8 milhões de ha) sejam utilizadas para produção de etanol: teríamos 800.000 micro-usinas gerando um total anual de 36 bilhões de litros de álcool/ano. Duas vezes a nossa produção atual. E gerando 2.400.000 de empregos rurais, impostos de R$ 4 bilhões anuais, além de garantirem a subsistência, a auto-suficiência energética dos produtores (seja pelo consumo do etanol em motores, seja pelo uso de bio-digestores de vinhaça que geram gás) e abastecerem o mercado interno.
Eu fiz um projeto de aproveitamento de uma pequena propriedade (12 ha) para implantação de micro-destilaria integrada à bio-digestão que viabiliza a sua auto-suficiência para uma família de 4 pessoas.
Aos leitores: Realmente fiz o projeto mas numa pane de meu desktop, perdi os originais. Assim posso disponibilizar um artigo em pdf com instruções para se montar uma micro-destilaria feita em Minas Gerais. Foi de lá que me baseei para fazer o projeto.
Posted by tunico em junho 27, 2008
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiltrFCoe0WJvJpEb-_4D473PoAs3oYAy6CjQrrs7eLYcATg-M12IJm0wOCO6e_j_6ASvlLgSrmwn7pHNX9IrAX8QPVqOCzLCsXzdNywdnJ7F6Xt9tuKv3GcNu1dpUmyvxx54g_Gs3OOCo/s400/detroit-wte.jpg
A produção de lixo urbano no Brasil é de 240 mil toneladas de lixo por dia. Somente 2% deste volume é reciclada.
88% deste lixo vai para aterros sanitários. São 211 mil toneladas que ocupam espaço, degradam o ambiente, geram doenças, são áreas de proliferação de animais daninhos à saúde humana como os ratos.. O chorume e o gás metano geram dois tipos de poluição. Um se infiltra no solo e contamina os lençóis freáticos com o seu alto teor de acidez e bactérias. O outro se espalha na atmosfera ajudando a causar o efeito estufa. Em alguns aterros, se implantou um sistema de captação de gás metano para gerar energia. Este processo porém só consegue captar 5% do gás, os outros 95% ou são emitidos para a atmosfera ou ficam contidos na massa de lixo compactada nos aterros.
Para se constatar o problema, basta visitar o Parque Villa –Lobos à beira da Av. Marginal do Rio Pinheiros em São Paulo. Construído sobre um antigo aterro sanitário, as árvores ali plantadas em um belo projeto de Décio Tozzi depois de 15 anos, não passam de 3 ou 4 metros de altura pois suas raízes estão imersas num meio extremamente ácido e impróprio ao desenvolvimento das plantas.
A grande solução, hoje altamente viável e já implantada em vários países desenvolvidos é a incineração do lixo, cujo nome técnico é RSD (Resíduos Sólidos Urbanos) com um componente adicional importante. Geração de Energia Elétrica.
Nestes tempos de crise de petróleo, de esgotamento das jazidas de carvão, enfim do final próximo e anunciado das reservas de combustíveis “não renováveis”, altamente poluentes, utilizar um combustível “renovável” – pois que cada cidadão gera em média 1,2 kg de lixo por dia – é uma solução que amenizará a não tão longínqua crise energética brasileira.
No caso dos grandes centros, esta solução representa ainda um ganho ambiental considerável pois a médio prazo elimina os famigerados aterros sanitários, permitindo a recuperação das áreas degradadas, melhorando as condições sanitárias da população.
O Brasil para crescer a modestos 3,5% do PIB ao ano, necessita injetar na sua matriz energética 3.000 MW por ano. Essa potência significa uma usina hidrelétrica de grande porte como a usina de Santo Antonio que começa a ser construída agora no Rio Madeira.
A incineração de 1000 toneladas/dia de lixo em usinas térmicas construídas especificamente para tal pode gerar de 22 MW até 30 MW a depender da tecnologia empregada. O custo de implantação médio é de R$ 5.000,00 por kW gerado . Este custo é 50% superior ao custo de uma usina hidrelétrica de grande porte mas é compatível com o custo de uma PCH (pequena central hidrelétrica) que hoje gira em torno de R$ 4.400,00/kW.
O potencial teórico de geração de energia através do lixo brasileiro seria de 6.300 MW, equivalente a 2 vezes a usina de Santo Antonio. Energia suficiente para abastecer 1/3 do Estado de São Paulo.
Somente a Grande São Paulo, produz cerca de 12 mil toneladas de lixo por dia. O potencial líquido de geração só na Grande São Paulo seria de 360 MW ou metade da Usina Nuclear de Angra dos Reis. A se considerar que o consumo médio mensal por domicílio residencial em São Paulo é de 150 kWh, somente com a energia gerada do lixo, poder-se-ia abastecer 1,7 milhões de residências.
Hoje no mundo, existem mais de 90 usinas deste tipo processando resíduos e gerando energia. A cidade de Berlim é 100% abastecida com energia elétrica provinda de usinas térmicas que queimam lixo urbano, resíduos industriais e agrícolas.
Por que no Brasil este tipo de solução não é implantado?
(A foto acima é de uma usina em Detroit-EUA que processa 4.000 toneladas de lixo por dia e gera 68 MW de energia elétrica, suficiente para abastecer 220.000 domicílios daquela cidade.)
Posted by tunico em abril 16, 2008
http://tunico.files.wordpress.com/2008/04/canavial.jpg?w=400&h=265
1- Histórico
A fonte energética de biomassa mais difundida e utilizada no Brasil é a cana de açúcar. Diz uma máxima popular que “do boi só não se aproveita o berro”. Eu acredito que esta planta pode vir a se tornar em termos energéticos, a mesma coisa que o boi.
A cana de açúcar é uma gramínea de crescimento rápido, pouco exigente em termos de solo. O suco de seu colmo mais conhecido no popular como “garapa”, vem sendo utilizado desde os tempos do Brasil-Colônia, como fonte alimentar através do açúcar.
A destilação do suco fermentado produz a famosa cachaça e na continuação do processo, obtém-se o álcool etílico, hoje mais conhecido como etanol, sua denominação científica. Até aí, todo brasileiro sabe disso.
Com a implantação do PRÓALCOOL em 1976 pelo governo Ernesto Geisel, criado como opção à crise do petróleo de então, o etanol foi utilizado como combustível para os motores do ciclo Otto ou seja a maioria dos veículos automotivos. No final dos anos 80, 40% dos automóveis brasileiros rodavam com etanol puro em seus tanques e 50% com o gasohol(mistura de gasolina e etanol anidro). Um problema de regulamentação do sistema de produção e abastecimento, aliado ao completo desinteresse da Petrobrás, que funcionava como mera distribuidora do combustível,mais a soberba e falta de visão de futuro de seus dirigentes de então que acreditavam que o petróleo tinha mais uns 100 anos de futuro, frustrou o programa.
Com a alta exorbitante do petróleo e a pressão ambiental cada vez maior, no final da década de 90 o etanol voltou a ser a alternativa mais viável na ótica do empresariado liberal, mesmo com o Brasil caminhando para a auto-suficiência em petróleo. Outro fator determinante para a volta triunfal do etanol foi a crise do apagão em 1999/2000, reconhecidamente causada pela apatia mental dos governantes da época.
2- O bio-combustível etanol como alternativa possível aos combustíveis fósseis
O Brasil irá produzir em 2008, 19 bilhões de litros de etanol através de mais de 320 usinas espalhadas na sua maioria pelo Centro-Sul e Sudeste do país e pela região Setentrional do Nordeste (Pernambuco e Alagoas). Este volume deverá mover quase 60% da frota de automóveis do país. A tecnologia dos motores “flex-fuel” desenvolvida a partir de 1995 e implantada a partir de 2002 e que hoje equipam mais de 20% da frota nacional, evitará a médio prazo que uma eventual falta do etanol seja por quebras de safras, seja por motivos especulativos, cause as mesmas desilusões aos usuários da década de 80, com a falta do etanol nos postos.
A capacidade e flexibilidade das usinas permite também aumentar a produção do etanol, reduzindo a produção de açúcar. Hoje, a proporção é 65% etanol, 35% açúcar. Como o açúcar é uma “commodity”, essa proporção deve ser mantida, com pequenas alterações. Novas usinas projetadas para produzir exclusivamente etanol estão sendo construídas e dentro de 2 a 3 anos, usinas novas e “revamps” de usinas existentes entrarão em funcionamento, com uma capacidade de moagem adicional de 100 milhões de toneladas de cana que poderão produzir mais 7 a 8 bilhões de litros.
Estima-se que em 2016, a produção de etanol quase dobrará, para 35 bilhões de litros anuais. Neste período a frota de veículos deve crescer 25%, admitindo-se um crescimento de 3% ao ano. Nesta data, 85% dos veículos estarão rodando exclusivamente com etanol em seus tanques.
3- A produção de energia elétrica através dos resíduos da cana de açúcar
O etanol é a parte mais visível e difundida pela mídia da capacidade que a indústria canavieira tem de produzir energia. Existe um lado também muito importante que é a produção de energia elétrica através da queima dos resíduos como o bagaço e as palhas e pontas da cana. Uma tonelada de cana moída gera 270 kg de bagaço com 50% de umidade. Parte deste bagaço é queimado em caldeiras para geração de vapor para o processo de produção de etanol e açúcar. A sobra ou era vendida ou doada para terceiros ou após secagem e trituração, espalhada na lavoura. Com o avanço da tecnologia, muitas usinas passaram a queimar esta sobra de bagaço em caldeiras especificamente projetadas para gerar vapor em alta pressão que acionando turbo-geradores, produzia energia elétrica que por sua vez, era utilizada nas próprias usinas. Isto se chama co-geração.
As usinas novas otimizaram o processo, concentrando em um só sistema a produção de vapor tanto para o processo como para geração de energia. A alta eficiência do sistema gera energia excedente que é vendida às distribuidoras, pelo sistema integrado nacional.
Usando os dados de 2008, vejam a capacidade de geração de energia e o potencial magnífico que temos:
Neste ano, serão processadas 425 milhões de toneladas de cana, que irão gerar 115 milhões de toneladas de bagaço. Destes 115 milhões, a depender do processo de combustão do bagaço, pode-se gerar de 6.000 até 9.000 MW médios de energia elétrica excedente por safra. A demanda máxima em fevereiro foi 64.000 MW médios ou seja, as usinas podem gerar excedente de 12 a 15% desta demanda. A grande vantagem é que esta energia é considerada ambientalmente limpa pois o CO2 emitido é anulado pela absorção do CO2 na cultura da cana, via fotossíntese. Existe hoje disponível uma tecnologia com sistema de combustão em leito fluidizado que além de 40% mais eficiente em termos de geração, não emite CO2, proporcionando ganhos ambientais que podem ser convertidos em créditos de carbono pelo protocolo de Kyoto.
Projeções: Em 2016, a indústria canavieira poderá produzir 15.000 MW de energia excedente. A demanda de energia deverá ser de 85.000 MW ou seja, as usinas deverão gerar 18% da demanda, o equivalente a uma usina de Itaipu inteira.
4- O aproveitamento total da cana de açúcar
Cada litro de etanol produzido gera 12 litros de vinhoto. Esse resíduo, altamente poluente, antes considerado um problema para os ambientalistas e usineiros hoje é utilizado “in natura” na adubação líquida dos canaviais. Mas pode-se obter energia do vinhoto, através de bio-digestores que com a tecnologia atual, são projetados para produzir o biogás com eficiência. O vinhoto após o processo de bio-digestão é um fertilizante de ótima qualidade que reduz drasticamente a necessidade de fertilizantes químicos na maioria obtidos dos derivados de petróleo.
Vamos aos dados: 1 tonelada de cana processada na usina gera 70 litros de etanol e 780 litros de vinhoto. Esse vinhoto bio-digerido gera 12 m3 de biogás com 65% de metano e 35% de CO2. Essa quantidade de biogás é energia equivalente a 15,5 litros de etanol,10 litros de gasolina ou 32 quilos de madeira queimada por exemplo, num fogão a lenha. Multipliquem estes números por 425 milhões.
A bio-digestão do vinhoto aumenta a capacidade energética das usinas em 8%, se utilizarem o biogás nas suas fornalhas. Sobra ainda mais bagaço para gerar energia elétrica.
5- A indústria canavieira afeta o meio ambiente? Destrói florestas? Diminui a produção de alimentos?
A área plantada em 2008 deve atingir 7 milhões de hectares. Isto significa 2,84% da área agricultável do país. Pelos dados disponíveis, temos hoje cerca de 40 milhões de hectares em terras degradadas/abandonadas. Conservativamente, podemos aproveitar 30% desta área? É possível. Assim, 12 milhões de hectares estariam disponíveis. Em 2016, a área plantada adicional necessária seria algo em torno de 6 milhões de hectares ou 50% das áreas disponíveis, sem derrubar nenhuma floresta e sem avançar na área destinada hoje à plantação de alimentos e à pecuária. A se considerar as premissas de crescimento econômico médio em torno de 3,5% ao ano a partir de agora, reservando 50% da área degradada para plantação de alimentos, o limite seria alcançado em 2016.
6- Existem outras alternativas para a exploração da cana de açúcar?
Existe uma alternativa paralela que depende somente de vontade política. Dos 40 milhões de hectares de terras abandonadas/degradadas, cerca de 50% são terras pulverizadas e impróprias para plantação extensiva. Falamos de 20 milhões de hectares. 40% desta área pertence a pequenos proprietários, sejam assentados, sejam pequenos sitiantes.
Para efeito de estudo (sempre lembrando que na prática a teoria é outra) admitamos essa área dividida em módulos de 10 ha. Seriam cerca de 800.000 pequenas propriedades. Se a legislação permitisse que estes teóricos 800.000 proprietários pudessem em 50% das suas áreas, plantar a cana, produzir etanol e comercializa-lo seja individualmente, seja através de cooperativas, o projeto das mini-destilarias por mim descrito em março de 2007 (leiam aqui) pode ser plenamente aplicável gerando uma produção anual de 36 bilhões de litros de etanol sendo 30 bilhões comercializáveis além do biogás de vinhoto. Se uma lei dessas é aprovada este ano, daqui a 4 anos ou a partir de 2012, este volume poderia entrar no mercado, gerando uma hipotética auto-suficiência em termos de combustível automotivo pelo menos por mais 20 anos. O problema é se isso interessa aos governantes de agora e aos MST da vida. Eu acredito que não.
7- E o futuro a longo prazo?
O crescimento populacional aliado ao aumento de renda e consumo inviabiliza a partir de 2016 o crescimento da indústria canavieira de larga escala, sem avanço em terras destinadas à pecuária e/ou derrubada de florestas. A saída está no aumento de eficiência e produtividade em todos os setores além é óbvio da equalização e constante balanceamento da matriz energética. Uma coisa é certa. Ainda dependeremos do petróleo por mais um bom tempo, mesmo que em menor proporção. Outras fontes de energia alternativa devem ser melhor exploradas. Uma delas é a energia do lixo urbano e industrial. Mas este assunto é para outro estudo (em breve).
Posted by tunico em abril 7, 2008
Os acontecimentos galináceos destas semanas no meio político abrem ainda mais as portas do fundo do aviário lulo-petista onde existe na realidade um circo armado onde pode-se enxergar ainda mais claramente o verdadeiro tema da encenação.
O tema principal da peça circense apresentada ao público brasileiro, é que a economia vai bem, há mais empregos, o país cresce mais, a classe C hoje é dominante, com 89 milhões de brasileiros. O país melhorou muito desde que os invasores da estrela vermelha tomaram o poder, a herança maldita do passado foi num passe de mágica por eles tornada bendita segundo cacarejam aos quatro ventos. O chefe do galinheiro tem uma grande popularidade principalmente entre os pobres e remediados, dos quais grande parte é beneficiada pelo Bolsa-Esmola.
No entanto, o galo-chefe está raivoso. Quer briga. Não perde uma oportunidade sequer de cacarejar contra as elites e a oposição.
Por que? Me pergunto intrigado…
Existe uma razão nas entrelinhas e nas entranhas da mente do Apedeuta e de seus mentores e seguidores.
Está em curso uma tentativa, provavelmente logo após as eleições deste ano, de um golpe branco. Um golpe à moda gramsciana, baseado no uso das instituições democráticas em vigor que visa a implantação do Partido Único (PUN) e da perenidade da estrela vermelha no poder.
Esta tentativa irá se basear em propostas de PEC’s a partir da Câmara onde o governo tem ampla maioria, mudando o sistema eleitoral seja acabando com a reeleição e ampliando mandatos, ou ampliando o sistema de reeleição para mais mandatos, como fez Hugo Chavez na Venezuela. A desculpa eles já têm. Se FHC mudou o sistema criando a reeleição e ninguém chamou de golpe lá atrás, por que agora seria golpe? “É democrático, é Republicano”, alegarão.
Ao mesmo tempo as inaugurações de pedras fundamentais das obras do PAC, o alarde que 80% das obras estão em andamento (mesmo que somente 12% existam fisicamente), os ataques do Apedeuta à oposição e às elites nestas inaugurações, visam tão somente manter ou ampliar a popularidade na base do palanque, do cacarejo, da papagaiada.
É bom lembrar que Lula não tem sucessor dentro do PT com chances de vitória em 2010. E políticos aliados com chances como Ciro Gomes, não são confiáveis aos olhos do Apedeuta e seus companheiros. Nem eu confiaria em Ciro Gomes. Lula corteja o tucano Aécio mas no fundo também não confia nele. Afinal, ele é tucano e mineiro e a soma destas duas características não permite nunca saber o que ele pensa nem o que fará.
Suplicy? Este tenho a certeza que Lula não quer vê-lo nem pintado de ouro.
É bom lembrar também que as pesquisas mostram José Serra consistentemente com índices altos e estáveis de intenção para 2010 há muito tempo, sempre em torno de 40%, até mais. Mesmo com a existência do PAC e do Bolsa-Família, do crescimento econômico, “peças de resistência” da propaganda governamental, o número não cai. Sem Lula na parada, Serra tem grande chance. Petistas mais conhecidos como Zé Dirceu, Genoíno, Palocci, Mercadante, que poderiam ser mais que postes, caíram em desgraça perante os escândalos e nem pra poste servem hoje. Agora, a tentativa de ungir Dilma a “mãe do PAC” como candidata a poste, foi frustrada com o dossiê FHC/Ruth.
Lula segundo Gabeira, quando se sente forte, fica imprudente e um incidente verbal dele me chamou a atenção. Numa de suas “papagaiadas” de palanque afirmou que as oposições podem tirar o cavalo da chuva pois não elegerão o Presidente em 2010. Foi um ato falho e imprudente que revela muita coisa. A principal revelação é que existe sim, um movimento forte e organizado para manter o projeto de poder lulo-petista, neutralizando o perigo por menor que seja de uma descontinuidade do poder em 2010. É muito arriscado permitir que a oposição tenha de novo a oportunidade de mostrar alguma competência. Vai que a coisa melhora bastante, não é?
As declarações do vice-presidente e do prefeito de Recife, favoráveis à continuidade de Lula, aliadas à disposição explícita do amigão do Lula – Dep. Devanir Ribeiro – em protocolar a proposta de Emenda Constitucional acabando com a reeleição esta semana, vão neste sentido. Ainda eles têm na agulha, a bala do plebiscito sobre o mesmo tema.
Creio que vem mesmo por aí uma tentativa de acabar com a reeleição, ampliando o mandato dos governantes para 5 ou 6 anos. Se esta tentativa não vingar, tentarão o plebiscito para permitir mais mandatos sucessivos. Nos dois casos, o Apedeuta, podem crer, se disporá a se sacrificar em prol do país.
Se tudo isto não der certo, podem apostar que Lula fará como Quércia fez em São Paulo.Quebrará o país abrindo a porteira dos gastos indiscriminados e populistas para inviabilizar um eventual governo da oposição com uma crise econômica sem precedentes que estourará no próximo governo. Podem acreditar, de patriotas e pais dos pobres os lulo-petistas não têm nada.Estes sujeitos são como alienígenas invasores. A sociedade mais pobre e a maioria silenciosa brasileira para eles é pura massa de manobra para tomar o poder absoluto e matar a democracia.
Posted by tunico em janeiro 2, 2008
Este artigo do Prof. Laurez Cerqueira ilustra muito bem quais fontes de energia alternativas podem ajudar o país a evitar deficits de energia e reduzir o risco de racionamentos ou eventuais apagões.
Revisão de 11/09/2009 : O artigo abaixo pode até ser de Laurez Cerqueira porém, eu fui enganado à época da transcrição do artigo para o blog quando lhe dei o crédito. O rodapé do artigo original nomeava o autor como professor e conhecedor da área e na realidade Laurez Cerqueira é jornalista, assessor do Planalto, hoje “ghost-writer” de Dilma Roussef. Assim, o jornalista não é um expert na área. Não tira o mérito da veracidade das informações aqui contidas que foram obtidas de fontes confiáveis. Mas eu caí na esparrela do falso curriculum.
A energia de fontes alternativas precisa deixar de ser tratada como marginal e passar a ser considerada definitivamente como a energia do futuro.O PROINFA é um importante programa, mas precisa ser readequado à nova realidade energética. Na primeira fase do PROINFA estava prevista a contratação de 3.300 MW, igualmente divididos entre energia eólica, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) e Biomassa. Foram contratados 144 empreendimentos. Desses, até janeiro de 2006, apenas 200 MW de energia eólica e cerca de 300 MW de PCH’s haviam iniciado a fase de construção. Esse atraso deveu-se a dificuldades enfrentadas pelos empreendedores para obtenção de financiamento junto ao BNDES. Houve também atraso por parte dos fabricantes de aerogeradores que não conseguiram atender, a tempo, a demanda por equipamentos. O Brasil tem apenas um fabricante de turbinas eólicas. Além disso, há problemas relacionados à conexão com a rede elétrica e à falta de estrutura física, principalmente para energia eólica. Segundo o Atlas Eólico, do CEPEL, o Brasil tem um potencial disponível de 143,5 GW de energia eólica, com apenas 236 MW instalados (0,3% da matriz energética). Ou seja, o estudo científico está pronto e o setor enfrenta problemas de viabilidade dos projetos. O Nordeste é considerado uma das regiões mais bem servida de ventos do Planeta e tem um ciclo alternado com o ciclo das chuvas, que proporciona condições ideais para a geração complementar sazonal do sistema de abastecimento. A ANEEL já outorgou 92 novas usinas eólicas, com capacidade a ser instalada de 6.243 MW, a grande maioria no Nordeste.A meta de 3,3 mil MW, do PROINFA I, responderá por apenas 3% da matriz energética brasileira, uma participação que pode ser considerada irrisória, dado o grande potencial brasileiro de energia de fontes renováveis. O PROINFA II prevê 15% do crescimento anual do consumo de energia elétrica de forma a se ter 10% na matriz em 20 anos. O mecanismo de comercialização em leilão, previsto no PROINFA II, certamente não é o mais adequado. O tratamento dado a geração de energia elétrica a partir da biomassa, por exemplo, não pode ser semelhante ao dado a térmica a gás natural, um combustível fóssil. Estamos comprando energia suja ao invés de energia limpa. Falta incentivo e melhores condições do setor para competitividade.Durante as safras nas usinas de açúcar e álcool há um potencial econômico de produção de eletricidade excedente estimado entre 8 a 12 GW. Considerando a expansão da área plantada até 2012, de 425 para 728 milhões de toneladas, e a construção de novas usinas, poderiam ser gerados 3 mil MW médios de energia. Numa terceira etapa do PROINFA, poderiam ser contratados 6,6 mil MW até dezembro de 2009, com início de funcionamento até o final de 2013. Com apoio para modernização das usinas, poderiam ser gerados mais 1,2 mil MW médios. Isso representa uma capacidade instalada superior a das usinas do Rio Madeira, que é de 6,5 mil MW. A indústria nacional tem condições de fornecer os equipamentos necessários com custo de capital baixo em relação a equipamentos importados. Além disso, como a região Centro-Sul concentra as maiores áreas de produção de cana-de-açúcar, torna-se vantajoso os investimentos na complementação, em razão da Região ser importadora de energia.O Brasil conta, também, com um potencial de geração a partir de PCH’s de cerca de 7,3 GW, dos quais são aproveitados menos de 30%. Existem cerca de 427 centrais desativadas que podem ser reformadas com apoio de um programa governamental de incentivo e acrescentar 156 MW de capacidade ao parque gerador do país, com menos impacto ambiental. O custo unitário de repotencialização está calculado entre US$ 200 e 600 por KW, enquanto o de novos investimentos fica entre US$ 600 e 1.200 por KW.A energia solar térmica representa uma das mais promissoras alternativas para racionalização do consumo de energia elétrica. Os aquecedores elétricos de acumulação são responsáveis por 8% do consumo brasileiro de energia elétrica. Somente os chuveiros, nas horas de pico, atingem a marca de 18% da demanda do sistema. Precisamos substituir os chuveiros e outros tipos de equipamentos semelhantes por aquecedores solares. A CEMIG e outras empresas do ramo demonstram que o custo dessa modalidade não é competitivo quando comparado apenas com o custo de geração, mas se considerados todos os custos (geração, transmissão, distribuição, tributos e encargos), o negócio e extremamente vantajoso. Em comunidades de baixa renda, a redução do consumo chega a 50% do total. A empresa já viabilizou, até 2007, 7.000 m² de coletores solares.Em relação à energia solar fotovoltaica, falta incentivo a instalação de plantas industriais para ampliar a oferta de placas e baratear o custo. A produção precisa atingir o nível de escala, principalmente para atender regiões isoladas onde a rede não chega porque é inviável economicamente para as concessionárias. Quanto a aplicação em centros urbanos, Florianópolis pode dar o exemplo. Há um projeto pronto para iniciar o abastecimento de energia solar do aeroporto da capital catarinense.O Brasil tem uma das maiores reservas de silício do mundo e não tem indústria. Hoje temos condições de instalar e ampliar plantas industriais para atender o mercado interno e tornarmos uma plataforma de exportação de equipamentos para produção de energia de fontes alternativas. Há demanda mundial por equipamentos e uma cadeia produtiva a ser alavancada com perspectivas de geração de emprego em larga escala. Portanto, o mito de que a energia de fontes renováveis não é competitiva não faz mais sentido.Um dos sócios de Bill Gates, investidor em empresas de energia solar, disse que a onda por energia limpa é tão forte atualmente quanto foi a onda da informática, nos anos 90. Parece que o empresariado ainda não despertou para a grande oportunidade de negócios que deve proporcionar a produção de energia de fontes limpas.
Posted by tunico em janeiro 2, 2008
Quais seriam as alternativas de geração de energia a médio prazo, sustentáveis e ambientalmente corretas para prevenir um eventual apagão ou racionamento?
1- Bagaço de cana/biomassa
Com a atual produção brasileira de cana-de-açúcar – a previsão para 2008 é de 425 milhões de toneladas -, o País poderia teoricamente produzir 13.000 MW médios com o emprego das tecnologias mais modernas de geração por biomassa (gaseificação). Como o consumo das usinas é cerca de 33% deste valor, 8.700 MW médios de energia elétrica poderiam ser integrados ao sistema nacional. O processo atualmente empregado, por vapor d’água, geraria pelo menos cerca de 25% desse valor. Para produzir energia com o uso do bagaço de cana é necessário investir em torno de 1800 reais por kW gerado, um custo relativamente baixo, especialmente porque depois não há praticamente gastos com combustível. Uma usina média pode produzir 209 kWh por tonelada de bagaço no sistema tradicional. No sistema de gaseificação por leito fluidizado o rendimento é 450 kW por tonelada de bagaço. O custo de investimento é cerca de 4 vezes mais mas o preço da energia no mercado compensa de longe tal investimento uma vez que o retorno é em média de 5 anos.
2- Geração de energia elétrica a partir do lixo
Cada 200 toneladas/dia da fração orgânica dos resíduos sólidos domiciliares são suficientes para a implantação de uma usina termelétrica com geradores a gás metano com a potência de 2 MW, capaz de atender uma cidade de 20 mil habitantes. Isso quer dizer que, se a fração orgânica (60%) de todo o lixo domiciliar brasileiro – que é da ordem de 120 mil toneladas/dia – fosse utilizada para produzir energia elétrica, poderíamos implantar usinas termelétricas com significativa potência(cerca de 1.200 MW).
O sistema de gaseificação por leito fluidizado se utilizado no lixo orgânico, gera uma energia de 30 MWh para cada 1000 toneladas/dia de lixo. Três vezes mais que o sistema de aproveitamento do metano ou incineração. Neste caso, um entrave é o investimento inicial necessário, cerca de R$ 6.700,00 por kW gerado para implantar uma usina deste tipo pois o sistema só é viável economicamente a partir da utilização de 500 toneladas de lixo orgânico/dia. É uma grande solução para as grandes e médias cidades brasileiras. Por exemplo, São Paulo gera 20.000 toneladas de lixo bruto/dia ou 12.000 toneladas de lixo orgânico que poderiam gerar 360 MWh. O sistema de gaseificação tem uma vantagem ambiental adicional pois literalmente acaba com os aterros sanitários em médio prazo e não libera nem gás carbônico nem gases poluentes na atmosfera, somente gases neutros.
3- PCH´s (Pequenas Centrais Hidrelétricas) A PCH é uma mini-usina hidrelétrica que pode gerar entre 1 e 30 MW.
Segundo a ANEEL, atualmente, 2007, a capacidade instalada das PCH’s no Brasil é cerca de 1.700 MW. Estima-se que 34 PCH’s entrem em operação até dezembro de 2008, com potência total de 671,30 MW.
Porém o potencial instalável de PCH’s é segundo a ANEEL de 17.180 MW
Somente 10,11% do potencial está em operação (287 PCH’s com 1.737 MW).
– 6,55% do potencial está em construção (63 PCH’s com 1.125 MW). - 11,30% do potencial está em fase de elaboração do Projeto Básico, o que indica que os empreendedores acreditam nas PCH’s.- Existem 220 Empreendimentos (15,29% do potencial identificado) com Projeto Básico em fase de aceite, equivalente a 2.627 MW.- 20,32% (243 PCH’s com 3.493 MW) do potencial está Outorgado, mas não está em construção.
- 18,34% do potencial está disponível para registro (533 PCH’s com 3.221 MW). Ainda existe um grande potencial para ser explorado.
Perguntas:
Mesmo as condições atuais sendo favoráveis para as PCH’s, por que existem tantos empreendimentos aprovados que não estão em construção?As condições são favoráveis para toda a gama (de 1 a 30 MW) de PCH’s?Será que todos os players apresentam as condições necessárias para desenvolver e construir PCH’s?
Existem 14.249 MW em PCH’s para serem implantados, esse potencial equivale a mais de 2 complexos do Rio Madeira.
4- Energia eólica, energia solar térmica e fotovoltaica
São outras fontes não aproveitadas de forma eficiente por falta de incentivos governamentais.
O maior entrave ao investimento privado em geração de energia no Brasil é o excesso de burocracia e o exagerado estatismo que predomina na mentalidade do atual governo. O tempo para conceder uma licença de instalação de um empreendimento seja de pequeno ou de grande porte varia entre 1 a 4 anos embora a Lei estabeleça que o órgão regulador e licenciador emita seu parecer em no máximo 270 dias. Esse é o primeiro grande passo a ser dado no sentido da prevenção de um apagão seja a médio ou a longo prazo. Reduzir a burocracia e vencer a mentalidade estatizante. Existe uma reinvindicação do setor para que sejam reclassificadas as pequenas unidades geradoras simplificando bastante o licenciamento para unidades com capacidade inferior a 40 MW. Esta seria uma pauta bastante positiva para o governo no ano de 2008. Uma PCH de até 5 MW pode ser implantada em 6 meses. Uma térmica movida a biomassa para 30 MW pode ser construída em 12 meses. Uma térmica aproveitando 500 toneladas/dia de lixo doméstico e gerando 15MW pode ser implantada também em 12 meses.
Assim, se considerarmos que a licença de instalação demore 6 meses em vez dos prazos atuais, poder-se-ia agregar ao sistema até o final de 2009 pelo menos 3000 MW e até final de 2010 mais outro tanto em energia alternativa limpa praticamente zerando o déficit previsto para 2010 e evitando de vez o perigo de racionamento ou até de apagões localizados.
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Posted by tunico em janeiro 2, 2008
O Brasil deve atingir em 2007 um crescimento de 5,2%. Estimativas feitas por especialistas mostram que a partir de 2008 haverá a necessidade de se adicionar 3.000 MW por ano na potência elétrica instalada do país caso o crescimento se mantenha no nível de 5% ao ano.
A usina de Santo Antônio no rio Madeira entretanto que teve seu início de obras adiado para 2008 só deve operar a partir de 2012 com uma potência de 450 MW que deve atingir em 2016 plena carga de 3.150 MW. A usina de Jirau também no rio Madeira só será licitada em 2008. O que significa que só operará com plena carga (3.000 MW) em 2017.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, alertou sobre o risco de déficit no abastecimento em 2008 e insistiu na necessidade de acionar as usinas térmicas a partir de janeiro, para aumentar o nível dos reservatórios de hidrelétricas. Segundo ele, a possibilidade de haver algum déficit no suprimento de energia em 2008 – “não importa de quanto, nem que seja de apenas um megawatt” – chega a 28% na região Nordeste, 15% no Norte, 13% no Sul e 10% no Centro-Oeste/Sudeste. O recomendável, pelos padrões de segurança, é um risco de até 5%.
A tese defendida por alguns especialistas de que o Brasil não escapará de uma crise energética nos próximos anos ganhou força com a divulgação dos últimos números oficiais referentes ao consumo brasileiro de eletricidade. Em 12 meses terminados em outubro de 2007, a demanda por energia atingiu o maior volume médio da década, de 376.000 gigawatts-hora (GWh), informou Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia.
Se tivessem que ser acionadas, as térmicas poderiam gerar até 4.157 megawatts (MW) para complementar a base hidrelétrica no Sudeste e no Centro-Oeste. O problema é que boa parte dessas usinas usa o gás natural como combustível, e há escassez do produto para atender todos os consumidores (além das termelétricas, indústrias, residências e veículos).
Mesmo depois de o Ibama conceder licença para as hidrelétricas do rio Madeira e de o governo decidir construir a usina de Angra 3, o risco de apagão continua a rondar o país. De acordo com estudo divulgado pelo Instituto Acende Brasil em outubro passado, que representa investidores em energia elétrica, o risco de faltar energia chega a 32% em 2011.
Apesar do tom alarmista, o estudo do Acende Brasil apresentou alternativas para a falta de energia. De acordo com o instituto, uma das opções é “destravar” as usinas que produzem energia a partir de biomassa, como bagaço de cana-de-açúcar.
O estudo apresentado pelo Instituto Acende Brasil desenhou quatro cenários para os próximos quatro anos. O mais pessimista, considera que obras do setor atrasarão e que o país crescerá 5% por ano, como prevê o governo. Nesse cenário, o risco de racionamento de energia já é grande em 2010, de 14%, sendo de 32% no ano seguinte.
Nos dois cenários intermediários, em que a demanda é alta, mas não há atrasos ou os atrasos ocorrem, mas o país cresce apenas 4%, o risco de apagão é de 28% e 21% respectivamente. No cenário mais otimista, o risco é de 16,5%
A potência instalada no parque gerador brasileiro segundo a ANEEL é da ordem de 100 mil MW, com condições de suprir uma energia assegurada de 52,3 mil MWh médios. O consumo em 2007 foi de aproximadamente 49,3 mil MW médios.
Se o Brasil crescer 5% do PIB ao ano e considerando uma elasticidade de 1,2%, teremos um crescimento do consumo de energia elétrica da ordem de 6% ao ano.
Ao final de 2008, o consumo seria de 49,3 mil x 1,06 = 52,3 mil MW médios; de 2009, de 52,3 x 1,06 = 55,4 mil MW médios; e, de 2010, o consumo seria de 59 mil MW médios, com um déficit de 6,5 mil MW médios. A ANEEL em seu site afirma que deve haver  “nos próximos anos” sem precisar quando, uma adição de 28.719.058 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 107 empreendimentos atualmente em construção e mais 511 outorgados. É no mínimo uma afirmação leviana que leva o leigo a acreditar que tudo está resolvido pois dos 6.516 MW a serem gerados pelos 107 empreendimentos que estão em construção, 60% provêm de usinas hidrelétricas de porte médio para produção independente e que dependem dos humores de São Pedro, 21% seriam de Usinas Termo-Elétricas (UTE’s) na sua maioria movidas a gás natural que é uma incógnita no momento.Não se pode garantir que tais unidades sejam construídas a tempo de suprir o déficit previsto até 2010 pois 99% são empreendimentos privados e que dependem do mercado.
 EMPREENDIMENTOS EM CONSTRUÇÃO (fonte: site da ANEEL)
Tipo
Quantidade
Potência Outorgada (kW)
%
CGH
1
848
0,01
EOLICA
2
48.600
0,75
66
1.172.300
17,99
17
3.933.800
60,37
21
1.360.998
20,89
107
6.516.546
100

Os outros 22.000 MW provenientes de 511 outorgas sem construção iniciada até agora, são empreendimentos na sua maioria paralisados sem nenhuma previsão de início. 87% desta energia vem de empreendimentos que demoram em média de 3 a 5 anos para serem concluídos, mesmo que fossem iniciados agora.

Empreendimentos Outorgados entre 1998 e 2007
(não iniciaram sua construção)
Tipo
Quantidade
Potência Outorgada (kW)
%
69
48.715
0,22
105
4.533.643
20,42
178
2.712.837
12,22
21
3.837.900
17,29
138
11.069.417
49,86
511
22.202.512
100

Como não há previsão de entrada em operação de fontes significativas de geração de energia elétrica pública antes de 2010, restará ao Brasil o dilema: reduzir o crescimento econômico a partir de 2009 ou caminhar para um apagão de verdade, com falta real de energia elétrica, e não racionamento, como em 2001.
(fontes: ANEEL, FSP,Valor Econômico, Instituto Acende Brasil)
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Posted by tunico em dezembro 27, 2007
Em 2007, tivemos episódios e atitudes deploráveis que marcaram a gestão do Apedeuta e de seus “cumpanhêro”. Alguns exemplos:
- O caso Gautama, a operação navalha, as ONGs dos “cumpanhêro”, as obras superfaturadas, “Vavá da Silva, o lobista de araque”;
- A ministra “afro-descendente” da Igualdade Racial faz declarações racistas contra os brancos na imprensa;
- O famoso “top-top” do Sargento Garcia e seu “cumpanherinho aspone” no caso do acidente do avião da TAM;
- A ministra Marta manda o povo relaxar e gozar em meio ao caos aéreo enquanto viaja direto de jatinho da FAB;
- O ministro Jobim reclama do tamanho dos assentos dos aviões em vez de resolver o caos aéreo;
- O ministro Temporão só fala de aborto enquanto a epidemia de dengue cresce assustadoramente e pessoas continuam morrendo nas filas de hospitais públicos;
-As caixas pretas dos cartões de crédito corporativos e o segredo dos gastos exorbitantes do PAN com doação de 3 bilhões de reais a fundo perdido pelo governo federal;
-Lula perde a esportiva na famosa grande vaia no PAN;
- O “cumpanhêro sindicalista” Devanir Ribeiro lança a idéia do terceiro mandato do Apedeuta, no embalo do descrédito do Congresso;
- O “empenho” de Lula em livrar a cara de Renan Calheiros com a ajuda dos aliados de plantão, liberando verbas para os congressistas amigos;
- Esse mesmo “empenho” com liberação de verbas para tentar salvar a CPMF;
- A senadora Ideli afirma com desdém que a CPMF passa com votos da oposição, troca arrogantemente até um Senador na comissão de ética para ajudar na aprovação;
- O Apedeuta culpa a oposição pela derrubada da CPMF quando devia mais é olhar pro seu próprio rabo e para seus aliados;
-Guido Mantega, o ministro terrorista da Fazenda que não serve nem pra ser caixa de supermercado;
- Os depoimentos dos petralhas mensaleiros no STF negando tudo, que não sabiam de nada, que são honestíssimos e que a culpa toda é do Delúbio, o bode expiatório dos “cumpanhêro”.
Posted by tunico em dezembro 27, 2007
A Caixa Econômica Federal como todos sabem, teve a sua diretoria assolada pelos “cumpanhero”.
Enquanto os bancos brasileiros cresceram seus lucros em 34% até o terceiro trimestre de 2007, a CEF teve seu lucro reduzido em 25%. Podemos até questionar o alto lucro dos bancos que nos últimos anos deixaram de ser instituições financeiras e se comportam como meros agiotas – pagando aos aplicadores não mais que 1% ao mês e cobrando dos tomadores até 11% ao mês- mas é inegável que a CEF jogou com as mesmas regras.
Os “cumpanhêro” são ou não são incompetentes?
Posted by tunico em dezembro 27, 2007
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) deve faturar em 2007 mais de 50 bilhões de reais com 42 mil funcionários. Seu lucro (depois dos impostos) deve chegar a 15 bilhões. Portanto, cada funcionário da CVRD gera um lucro de 357.000 reais por ano.Em 1996, a Vale era estatal e com 13 mil funcionários gerava um bilhão de reais de lucro, uma média de 77 mil reais por funcionário. A eficiência da empresa aumentou quase 5 vezes com a privatização.
Já a máquina pública federal (Brasil S/A) vai gastar e muito mal por sinal, 577 bilhões de reais em 2007, tendo que “economizar” 280 bilhões de juros da dívida que poderíamos chamar de “lucro” da União.Só que a máquina federal tem 36 vezes mais funcionários que a Vale do Rio Doce.
Portanto, cada funcionário público federal gera 186.000 reais de “lucro” ,  a metade de um empregado da Vale.
A Vale gerou em 10 anos 29.000 empregos com carteira assinada. Um crescimento médio de 22% ao ano.
O Brasil S/A gerou em 10 anos 19,3 milhões de empregos com carteira assinada. Um crescimento médio de 2,79% ao ano. Com um detalhe importante: o índice de desemprego hoje é o mesmo de 10 anos atrás.
A receita da Vale nos últimos 5 anos cresceu 209%.
O PIB do Brasil S/A nos últimos 5 anos cresceu 17%.
E hoje os sindicalistas liderados pela CUT, querem re-estatizar a Vale. Muito possivelmente para criar mais cabides de emprego e abrigar mais “cumpanhêro”.

Carvão como melhorador de solos


Muitos trabalhos de pesquisa recentes, brasileiros e estrangeiros, têm avaliado o uso de carvão de origem vegetal como condicionador de solos, com o objetivo de aumentar os teores de matéria orgânica e a capacidade de troca de cátions do solo, melhorar a eficiência no uso de fertilizantes, promover o crescimento de microrganismos benéficos ao crescimento vegetal, entre outras características agronomicamente desejáveis.

A possibilidade de se usar o carvão como condicionador de solos surgiu ao se observar que certas características químicas das
Terras Pretas de Índio (TPI) amazônicas, como maiores teores de matéria orgânica do solo, nitrogênio, fósforo, cálcio e potássio, maior capacidade de retenção de nutrientes (CTC potencial), valores mais altos de pH devem-se à presença na fração orgânica destes solos de grandes quantidades de carvão (também chamado de carbono pirogênico ou, na literatura internacional, biochar), até 70 vezes mais do que nos solos adjacentes que lhes deram origem, predominantemente Latossolos, resultado da adição de material carbonizado por populações pré-colombianas ao longo de muito tempo. A existência das Terras Pretas sugere que, pelo menos teoricamente, solos de baixa fertilidade, como os Latossolos da Amazônia, podem ser transformados em solos férteis, não apenas pela adição de fontes minerais de nutrientes, mas pela adição de compostos orgânicos estáveis na forma de carvão

Um problema comum a tratamentos que utilizem materiais orgânicos como condicionadores de solo é a inevitável decomposição, razoavelmente rápida em alguns casos, tornando necessária a reaplicação periódica do material. A decomposição ou outra forma de oxidação levam à diminuição nos teores de matéria orgânica e conseqüente perda dos efeitos benéficos alcançados. Para que isso não ocorra, há duas saídas possíveis - a adição periódica de insumos orgânicos ou a aplicação de material naturalmente resistente à decomposição.

O carvão, quando incorporado ao solo, demonstra notável resistência à decomposição devida a características químicas intrínsecas, como a presença de grupos funcionais fenólicos, que permitem sua permanência no sistema solo por períodos relativamente longos de tempo, ao contrário de outros materiais orgânicos cuja persistência no solo depende da proteção conferida pelas partículas minerais ou pela continuidade da aplicação. As
Terras Pretas Amazônicas têm mantido seus altos teores de matéria orgânica centenas e até milhares de anos após as populações pré-colombianas que lhes deram origem as terem abandonado. Por sua recalcitrância e alto teor de carbono, a aplicação de carvão ao solo tem sido considerada uma prática eficaz de seqüestro de carbono visando mitigar os efeitos da agricultura sobre as mudanças climáticas globais.

Região

A energia que vem do lixo

USINAVERDE É ALTERNATIVA PARA O DESTINO DOS RESÍDUOS, GERANDO LUZ
Foto da not?ia
O prefeito Oregino José Francisco viaja na próxima quinta-feira, dia 23, para o Rio de Janeiro, onde vai conhecer o Centro Tecnológico Usinaverde. Instalada no Campus Ilha do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a usina transforma lixo em energia elétrica e o material inerte que sobra ainda é reutilizado como aditivo para a produção de tijolos, pisos e outros produtos.

Conforme a secretária de planejamento Kellen Mattos de Almeida, com base no projeto piloto do Rio de Janeiro, uma usina também será inaugurada em Porto Alegre. “Vamos ver a viabilidade da implantação de uma usina verde no Vale do Caí”, afirma. Kellen acredita que poderão ser buscados recursos junto ao Governo Federal, na ordem de R$ 32 milhões, através da elaboração de um projeto regional do Consórcio Intermunicipal (CIS/Caí), do qual Oregino é o presidente.

A Usinaverde de tratamento térmico de resíduos sólidos, para geração de energia elétrica, funciona no Rio de Janeiro desde 2005.
Foto da not?ia
Com capacidade para transformar até 150 toneladas de lixo ao dia em 2,6 MW de energia, tem chamado a atenção de vários municípios do país e a tecnologia já é adotada por muitos países. A usina substitui depósitos de lixo e aterros sanitários, eliminando o chorume e odores exalados pelo lixo, sem causar qualquer dano ao meio ambiente. O processo de geração de energia tem duas etapas, onde o lixo é separado, já que apenas matéria orgânica e resíduos não recicláveis são encaminhados para a incineração. Depois de triturado, o material é incinerado e os gases são aspirados para uma caldeira onde é produzido o vapor que aciona o turbogerador que gera energia.

Oregino ressalta a importância de projetos regionais como do biodigestor e da usina de reciclagem de lixo, já encaminhados pelo CIS/Caí e que deverão obter recursos do Governo Federal a fundo perdido. O prefeito acredita que o mesmo pode ocorrer com relação à usinaverde, onde o lixo tem um destino apropriado e ainda gera energia e receita para os municípios.

Estação de Tratamento Biológico
As Estações Compactas de Tratamento Biológico Hidrosul são do tipo Lodos Ativados. Lodo Ativado por definição são os flocos formados no efluente bruto pelo crescimento continuo de microorganismo na presença de oxigênio dissolvido e do substrato que é a matéria orgânica (quantificada como DBO e DQO).
Os flocos formandos são separados do meio líquido por decantação e retornam ao módulo aerado, renovando a colônia de microorganismos do sistema e aumentando a eficiência do tratamento.
Os equipamentos para tratamento biológico consistem basicamente Reatores Aeróbios, onde ocorrem as reações bioquímicas responsáveis pelo processo de digestão da matéria orgânica (DBO), e de Decantador Secundário para remoção dos microorganismos formados do meio líquido.
A injeção de ar nos Reatores Aeróbios é feita através de Aeradores Mecânicos Submersíveis Spiderjet Hidrosul, Os microorganismos acumulados no fundo dos Decantadores Secundários (lodo) são bombeados e retornam aos Reatores Aeróbios.
Para manter o sistema em equilíbrio é necessário que o lodo biológico excedente, acima do limite permitido no sistema, seja removido diretamente dos Reatores Aeróbios ou da linha de recirculação de lodo nos Decantadores Secundários.
Ao módulo básico do tratamento biológico pode-se adicionar antes o tratamento preliminar que consiste em gradeamento e/ou peneiras para a retenção dos sólidos mais grosseiros, e ainda o tratamento primário com o Decantador para a função de sedimentar os sólidos suspensos, o Equalizador que é responsável pela homogeneização do meio líquido e minimização dos picos de vazão e/ou o Flotador para separar óleos, graxas e gorduras quando necessário.
Também, após o módulo básico de tratamento biológico, pode-se acrescentar o módulo de reuso com os sistemas de desinfecção e filtração. Ainda, o tratamento para o lodo excedente através de digestores aeróbios.

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